10 capitais com sinal de crescimento de síndrome respiratória

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Por Regina Castro* – Agência Fiocruz de Notícias, compartilhado de Projeto Colabora – 

Fiocruz aponta que, entre os resultados positivos para os vírus respiratórios, a imensa maioria – 97,7% – é consequência do novo coronavírus

Sepultamento de vítima da covid-19, em maio, no cemitério Bom Jardim, em Fortaleza: capital cearense é uma das 10 com forte tendência de crescimento de casos de síndrome respiratória grave (Foto: Jarbas Oliveira/AFP)

Boletim InfoGripe – produzido pela Fiocruz – mostra que dez capitais brasileiras apresentam sinal de crescimento moderado (acima de 75%) ou forte (acima de 95%) na tendência de longo prazo (seis semanas) de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e de Covid-19. A análise é referente à Semana Epidemiológica 43 (que compreende o período de 18 a 24 de outubro) e tem com base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 27 deste mês. Entre os resultados positivos para os vírus respiratórios, cerca de 97,7% são em consequência do novo coronavírus.




Além de análises nacionais, o Boletim traz números de casos e óbitos por estados, regiões, macrorregiões e capitais. Em relação à SRAG por Covid-19 nas regiões do país, todas encontram-se com ocorrência de casos muita alta. No cenário nacional, o sinal aponta que os óbitos notificados SRAG, independentemente de presença de febre, continuam na zona de risco e com ocorrência de casos muito alta. O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, observou que 20 das 27 capitais apresentam sinal de estabilidade ou crescimento na tendência de longo prazo.

Aracaju (SE), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), e Salvador (BA) apresentam sinal forte de crescimento no longo prazo. Nas capitais Belém (PA), São Luís (CE) e São Paulo (SP), observa-se sinal moderado de crescimento para a tendência de longo prazo, acompanhado de sinal de estabilização na tendência de curto prazo.

Belém, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Macapá, Salvador e São Luís já completam ao menos um mês com manutenção do sinal de crescimento na tendência de longo prazo em todas as semanas. Já a capital paulista apresenta esse sinal pela primeira vez desde o início do processo de queda, embora já venha dando sinais de possível interrupção da tendência de queda desde a semana 40, conforme reportado no boletim do InfoGripe correspondente àquela semana.

Porto Alegre (RS) apresentou sinal de estabilização tanto na tendência de curto quanto de longo prazo. No entanto, Marcelo Gomes destacou a necessidade de cautela em relação às próximas semanas, especialmente em relação a eventuais avanços nas ações de flexibilização das medidas de mitigação do contágio na capital gaúcha.

Campo Grande (MS) não confirmou sinal de estabilização na tendência de longo prazo, retornando ao sinal de queda nesse indicador. Segundo o coordenador do InfoGripe, embora a tendência de curto prazo tenha mantido  sinal de estabilização, ainda é preciso cautela em relação a ações de flexibilização. “Como já relatado em boletins anteriores, identificamos diferença significativa entre as notificações de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no estado do Mato Grosso registradas no sistema nacional Sivep-Gripe e os registros apresentados no sistema próprio do estado (disponível aqui). Tal diferença se manteve até a presente atualização”, destacou Marcelo Gomes

Situação nacional

O cenário nacional sugere que os casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e de Covid-19, independentemente de presença de febre, apresentam tendência de queda mas com ocorrências muito altas.

Já foram reportados este ano 521.090 casos de SRAG sendo 285.628 (54,8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 161.303 (31,0%) negativos, e ao menos 42.369 (8,1%) aguardando resultado laboratorial. Levando em conta a oportunidade de digitação, estima-se que já ocorreram 545.321 casos de SRAG, podendo variar entre 537.260 e 556.556 até o término da semana 43.

Entre os positivos, 0,4% Influenza A, 0,2% Influenza B,  0,4% vírus sincicial respiratório (VSR), e 97,7% Sars-CoV-2 (Covid-19). Considerando a presença de febre nos registros, conforme definição internacional de SRAG, o total de casos notificados foi de 353.905, com estimativa de 366.949 [362.133 – 372.740]. Para fins de comparação, o total de registros em todo o ano de 2019 e 2016 foram de 39.429 e 39,871 casos, respectivamente.

O total de registros de hospitalizações ou óbitos no Sivep-gripe, independente de sintomas, é de 841.405 casos, com estimativa atual de 887.196 [870.999 – 907.303]. Durante o surto de Influenza H1N1 em 2009, foram 202.529 casos notificados com os mesmos critérios.

O número de óbitos por SRAG no país, independentemente de presença de febre, encontra-se na zona e risco com numeros de casos muito altos. Estima-se que já ocorreram 131.315 óbitos de SRAG, podendo variar entre 130.449 e 132.545 até o término da semana 43.

Entre os casos positivos, 0,2% forma Influenza  A, 0,1% Influenza B, 0,1% vírus sincicial respiratório (VSR), e 99,3% Sars-CoV-2 (Covid-19). Considerando a presença de febre nos registros, conforme definição internacional de SRAG, o total de óbitos notificados foi de 87.716, com estimativa de 88.053 [87.458 – 89.051]. Para fins de comparação, o total de registros no em todo o ano de 2019 e 2016 foram de 3.811 e 4.785 óbitos, respectivamente.

Macrorregiões

Em 12 das 27 unidades federativas observa-se tendência de longo prazo com sinal de queda ou estabilização em todas as respectivas macrorregiões de saúde. Nos demais 15 estados, Amapá, Pará e Tocantins (Norte), Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, e Sergipe (Nordeste), Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Sudeste), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Sul), e Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste) há ao menos uma macrorregião estadual com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado (prob. > 75%) ou forte (prob. > 95%) de crescimento.

*Agência Fiocruz de Notícias

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