Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado –
A omissão do judiciário em relação às ações ilícitas do Queiroz e do assassinato de Marielle é um tapa na cara de todos os brasileiros honestos. Antes, perguntávamos cadê o Queiroz, como perguntamos quem realmente matou e quem mandou matar Marielle Franco. Agora, sabemos que o Queiroz mora em São Paulo, no bairro luxuoso do Morumbi, se trata no Hospital Albert Einstein, destinado a ricos (nada contra sua condição financeira, desde que lícita) e continua fazendo seus negocinhos de intermediação de cargos, sempre apontando o padrinhamento da família Bolsonaro. Sobre Marielle, pouco sabemos.
Será que os dois casos, Queiroz e Marielle, estão entrelaçados? Não sabemos, mas o que sabemos é que o judiciário e a chamada grande mídia (jornalismo investigativo? Onde?) se omitem no que podem em relação aos dois.
É um estridente e forte tapa na cara da gente estas omissões. Tapa na cara de Lula, preso sem prova alguma; tapa na cara de Vaccari, que foi jogado na prisão durante mais de quatro anos, sem provas; tapa na cara de José Dirceu, do juiz Siro Darlan, das centenas de pessoas que acordaram nos últimos tempos com a Polícia Federal em sua porta às seis horas da manhã, sob os olhos assustados de seus filhos e netos, esposas e vizinhos. Muitas delas presas ou interrogadas de forma coercitiva sem necessidade alguma, para satisfazer a sanha de uma mídia sensacionalista e parcial.
A Globo deitou e rolou com estas operações da Polícia Federal, da Lava Jato, mas se faz de cachorro morto em relação ao Queiroz e ao assassinato de Marielle.
Um dia a verdade virà, realmente à tona, mas temo que o crime da omissão, da prevaricação, já esteja prescrito. Não é o caso de pedir prisão ilegal de ninguém, mas, sim, investigação, justa, séria para todos.