Por Graça Lago, jornalista, Facebook
1973 ficou para a História como um ano de imensas perdas, do golpe no Chile à morte de três grandes gênios da Cultura universal, três Pablos – Neruda, Casals, Picasso.
2019, ano do meteoro sobre o Brasil de imensas perdas e da morte de uma quantidade absurda de grandes parceiros de luta. E lembrei, primeiro do poema, depois do autor, Vinicius de Moraes.
Dedico a Pablo (Paulo) Henrique Amorim, Miúcha, Alfredinho, Beth Carvalho, o morador de rua Luciano e ao povo brasileiro. Que ano mais sem critério esse de 2019.
Poema de Vinicius de Moraes
“Que ano mais sem critério
esse de 73
Levou para o cemitério
três Pablos de uma só vez
Três Pablões, não três pablinhos
No tempo como no espaço
Pablos de muitos caminhos:
Neruda, Casals, Picasso.
Três Pablos que se empenharam
contra o fascismo espanhol
Três Pablos que muito amaram
Três Pablos cheios de Sol.
Um trio de imensos Pablos
em gênio e demonstração
Feita de engenho, trabalho
Pincel, arco e escrita à mão.
Três publicíssimos Pablos:
Picasso, Casals, Neruda
Três Pablos de muita agenda
Três Pablos de muita ajuda.
Três líderes cuja morte
o mundo inteiro sentiu
Oh ano triste e sem sorte
Vá pra puta que o pariu”