Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, no Bem Blogado
O presidente eleito Jair Bolsonaro chegou lá disseminando o ódio e se deu bem. A mercadoria “vendida” por ele teve boa aceitação. A questão agora é usar a tal “mercadoria”. Nem bem colocou os produtos na vitrine já está levando pedrada por todos os lados.
Sempre se metendo nas relações interiores, na vida entre quartos das pessoas, Bolsonaro e seus fãs agora já colhem alguns dissabores também nas relações exteriores.
Delegação do governo(?) Temer foi escorraçada do Egito depois que o futuro presidente anunciou a que mudará a embaixada do Brasil Em Israel para Jerusalém. O mundo árabe também já está alerta e a ameaça de boicote comercial pode se tornar realidade.
Aqui, vai acusando sem motivos a chamada velha mídia. Esta toda capacho, não está entendendo nada, mas já apanha e finge que não é com ela e ainda ajuda o algoz ao manter a esquerda como alvo.
Esquerda já tem apanhado muito e vai apanhar muito mais, até o dia em que muitos dos que votaram no chamado Coiso e que nada têm de fascistas se tocarem de que o aumento do preço gás é só o começo do fim.
E lá vem a Reforma da Previdência de olho na contribuição de mais décadas do povo. Lógico, sem atingir militares e os da justiça. E quem for contra, o futuro presidente vai utilizar a pedagogia do último mandatário da ditadura militar, Figueiredo, a do “prendo e arrebento”.
Ah, e dá-lhe porrada também nos professores. Afinal de contas, quem manda ter a vocação de ensinar o povo? O Coiso já disse que não vê nada demais em aluno gravar e delatar professores. Permitirá também a delação de “doutrinadores” em salas de escolas militares?
Pois bem, foi eleito um presidente pelos seus arroubos e não levaram em conta os seus compromissos com o capital que só vive de esfolar o povo. Não levaram em consideração o modo de ser autoritário, arbitrário do eleito, acreditaram em mentiras que nem crianças acreditariam.
E os que nele votaram poderão ser atingidos pelos atos truculentos e planejados, bem como aqueles que teimam em usar guarda-chuvas, bengalas e furadeiras nos morros do Rio de Janeiro, confundidos como portadores de fuzis e metralhadoras.
Tudo isso com um superministro da Justiça que fez campanha descarada e agora colhe os frutos, tendo sua colaboração premiada. que já fechava os olhos para a corrupção no seu quintal, que agora virará um latifúndio.
E pensar que o Coiso ainda nem tomou posse. Como disse Paulo Leminski, haja hoje para tanto ontem. Feliz ano velho de 2019, que já começou e começou muito mal, com 55 anos de atraso.
Imagem: Salvador Dali