Por Arnobio Rocha, compartilhado de seu Blog
As eleições presidenciais se aproximam, com a contagem regressiva apontando apenas 60 dias para o pleito, aumentando as expectativas sobre o desfecho de uma conjuntura extremamente complexa e que cria ares imprevisíveis diante dos últimos fatos e de ações do governo Bolsonaro que põem em risco a lisura do processo eleitoral.
A maior chance de reeleição de Bolsonaro é ele aumentar a pressão política.
E ele assim o faz, as eleições estão sob fortes ameaças de uma ruptura, um golpe direto, armações de atentado e, claro, a enorme derrama de dinheiro público com uma aprovação de um pacote de bondades para que o governo disponha de 40 bilhões para usar como bem quiser durante as eleições, um acinte, uma FRAUDE, no limite.
Ainda assim, não satisfeito, Bolsonaro, convoca as forças armadas e as forças auxiliares, PM e bombeiros, para engrossar sua manifestação/provocação/ato eleitoral no dia 07 de setembro, dividida em dois momentos: A primeira em Brasília e a segunda em Copacabana no Rio de Janeiro. Coisa jamais vista num período eleitoral, nenhum presidente usou a máquina estatal nessa magnitude.
Bolsonaro não governou nenhum dia, durante todos esses anos, jamais saiu do palanque, uma eficiente máquina eleitoral foi montada na presidência, uso indiscriminado das redes sociais, não para se comunicar sobre o governo, mas para suas demandas privadas, uma confusão de público e privado, como poucas vezes vista. Programas, lives, canais de redes sociais azeitando e doutrinando seguidores, criando uma horda de selvagens dispostos a tudo.
O Negacionismo da Pandemia fez parte deste cardápio macabro, 700 mil mortos, milhões de sequelados, os efeitos nefastos na vida das famílias, além dos estragos econômicos, tudo isso foi tratado de forma jocosa, desprezo e desrespeito com o país, que choca quando se pensa racionalmente, pois foi criada uma realidade paralela, quase um outro país em que Bolsonaro tem mais de 30% de votos consolidados e que pode crescer com a pornográfica distribuição de dinheiro público durante o período eleitoral.
A reação democrática é feita com a construção de uma ampla frente eleitoral, política e social, mas que parece não dar conta da realidade catatônica e catastrófica do Brasil.
Um importante documento foi elaborado por iniciativa dos professores e ex-alunos da Faculdade de Direito da USP: Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito! (assine clicando aqui: Estado de Direito Sempre) . Em uma semana mais 700 mil assinaturas, no dia 11 de agosto, será lida no Largo do São Francisco, em São Paulo e retransmitida por centenas de faculdades, entidades da sociedade civil, sindicatos e imprensa.
É preciso mais, muito mais, diante do avanço avassalador do bolsonarismo e suas ameaças reais ao processo democrático, a tentativa de desacreditar o processo eleitoral, insinuação de frauda nas urnas eletrônica, difamando os ministros do TSE e do STF, além da disputa rasteira contra a oposição, especialmente contra Lula.
É importante reagir, criar canais efetivos de comunicação direta com a população, ir aos bairros, as periferias do Brasil, enfrentar o embate com os canais de comunicações do bolsonarismo, feito nos púlpitos das igrejas evangélicas e nos seus canais de TVs (públicas).
Criar tribunas livres nas praças, nas comunidades de todas as cidades, dando voz ao Povo, retransmitindo em redes sociais, fazer o debate em todos os níveis da sociedade, é hora de reagir e não correr riscos de mais 4 anos de preguiça, de desgoverno e genocídio.