Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado
Para ficar somente no dia 27 de novembro de 2019, leio que o novo presidente da Fundação Palmares, Sérgio Nascimento Camargo, quer o fim do movimento negro, afirma que a escravidão foi boa para os descendentes dos escravos e nega existência do racismo. Como afirmei, só para ficar em notícias sobre o dia 27, a atriz Cacau Protásio foi achincalhada num quartel do Corpo de Bombeiros por ser negra e gorda .
A atriz foi gravar cenas de um filme no quartel central do Corpo de bombeiros no Rio de Janeiro e sua ida ao local gerou por parte de pessoas ligadas ao órgão o seguinte comentário, via redes sociais: ”Vergonhoso. Mete aquela gorda, preta, numa farda de bombeiro, uma bucha de canhão daquela, com um monte de bailarino viado, quebrando até o chão. Vão achar que é o que? Bombeiro? Aquilo é tudo viado. Lamentável.”
O que dizer do novo presidente da Fundação Palmares? Será que ele, negro, nunca foi discriminado? Qual é a dele, afinal de contas? Capitão do mato?
O governo Bolsonaro tem primado por colocar em cargos importantes pessoas que agem e pensam de forma contrária aos órgãos que dizem comandar. É do contra, mais muito do contra, está nomeado ou nomeada com louvor.
No caso da Fundação Palmares isso fica claro, principalmente quando lemos o artigo 1º da Lei que a instituiu, deixando claro que a mesma é voltada para promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira.
Triste, lamentável que uma pessoa seja designada para um cargo e que seu papel seja destruir os princípios da instituição em que é o maior representante.
Leiam sobre o novo presidente da Fundação Palmares e sobre o preconceito sofrido pela atriz Cacau Protásio: