Com o aumento de contágios e internações e o recorde de mortes diárias, o Brasil vai de mal a pior e se afunda no quinto dos infernos. Mas talvez haja uma saída para nós brasileiros. Só que é preciso crer

Esta coluna saúda o povo brasileiro e pede passagem para contar a história do soldado romano que se transformou no funcionário número 1 do Departamento Celestial de Achados e Perdidos.

Dizem que quando ele servia em Roma e tinha que montar guarda nas grandes festas da Corte, sua baixa estatura era fundamental ao final dos bacanais para procurar objetos perdidos debaixo das mesas e devolvê-los aos respectivos donos.

O soldado baixinho criou fama, mas não deitou na cama.

Destacado para servir na Terra Santa, teve participação significativa na morte de Jesus Cristo. Era ele o soldado que com uma lança perfurou o coração e o lado direito do peito do Santo Homem pregado na cruz.

Dizem que, do furo do coração, um jato de sangue e água atingiu o rosto do soldado e, em um milagre, curou imediatamente a ferida em um dos olhos, que impedia o romano baixinho de enxergar com clareza.

De acordo com as escrituras, após o fenômeno, o soldado, com ajuda de companheiros de farda, ao baixar o corpo de Jesus reconheceu publicamente que aquele era o corpo do filho de Deus. Teria sido ele a primeira pessoa a reconhecer Jesus Cristo como tal.

É aí que a fama entra no caminho do soldado chamado Longinus, que abandonou o exército e passou a vagar pelas terras da Capadócia divulgando a palavra de Jesus.

Virou até santo da Igreja Católica.

Por isso, ele é o personagem desta coluna semanal, já que 15 de março é o dia dele.

Quando eu era criança, me acostumei a ouvir minha mãe, minha avó e minhas tias citarem o santo quando, inadvertidamente, deixava um brinquedo, um caderno, um pé de sapato ou outro objeto qualquer em algum lugar que rapidamente esquecia onde era.

‒ Pede para São Longuinho, que ele ajuda a achar.

Eu, meio envergonhado, me punha a gritar.

‒ São Longuinho! São Longuinho! Me ajude a achar minha bola?

Para reforçar o pedido, dava três pulinhos.

Quem aí já não passou por esse ritual?

Se você achou ou não o que estava perdido, é outra história.

Prefiro seguir acreditando nos poderes do santo.

Sendo assim, convoco a todas e todos vocês a invocar São Longuinho para achar uma saída para nosso querido Brasil.

Vou dar um exemplo:

‒ São Longuinho! São Longuinho! Me ajude a achar a esperança perdida?

Aí, cada um dá três pulinhos. Se quiser, reze depois.

Outro exemplo:

‒ São Longuinho! São Longuinho! Me ajude a achar vacina para todos os 212 milhões de brasileiros?

Mais um:

‒ São Longuinho! São Longuinho! Me ajude a achar um jeito de transformar para muito melhor a vida do povo da rua?

Agora, o último exemplo:

‒ São Longuinho! São Longuinho! Me ajude a gritar bem alto e com força para todo o Brasil (incluindo o Palácio do Planalto) ouvir…

…FORA BOLSANAROOOOOO!!!

Depois do grito, não se esqueça dos três pulinhos e de rezar com muita, muita fé.