Ato para a avenida Chile e mostra a força da greve na Petrobras

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Publicado no Portal do BancariosRio – 

Um ato dos empregados da Petrobras, paralisou, na tarde desta terça-feira (18/2), toda a Avenida República do Chile, no Centro do Rio de Janeiro, mostrando a força da greve da categoria que completou 18 dias.

O protesto, chamado de Marcha Nacional em Defesa do Emprego, da Petrobras e do Brasil, em frente ao Edifício Sede da empresa (Edise) contou com a participação de petroleiros de refinarias, plataformas e unidades administrativas de todo o país, além de parlamentares e representantes de diversas empresas públicas, entre elas Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Dataprev, Serpro, Casa da Moeda, Eletrobras, Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e de setores importantes do serviço público, como saúde, previdência e educação, além de estudantes, movimento dos trabalhadores sem-terra, dos trabalhadores sem teto, do movimento dos atingidos por barragens e das centrais sindicais, CUT, CTB, Intersindical e CSP- Conlutas.

Durante o ato e a passeata, os petroleiros protestaram contra a decisão do TST que criminaliza o movimento e atenta contra o direito de greve
Durante o ato e a passeata, os petroleiros protestaram contra a decisão do TST que criminaliza o movimento e atenta contra o direito de greve

O diretor da Federação Única dos Petroleiros, Simão Zanaide, criticou a contradição do Tribunal Superior do Trabalho (TST), cujo ministro, Yves Gandra Martins, julgou a greve ilegal, nesta segunda-feira, alegando ser política porque feita contra o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen) e a demissão de seus empregados. “Ao mesmo tempo, foi assinado no mesmo TST entre a FUP, sindicatos e a Petrobras, um acordo em que a empresa se comprometeu a não promover demissões em massa. E agora que a diretoria da Petrobras desrespeita o acordo, o TST julga a greve ilegal. O que está em jogo é a lisura do TST”, denunciou o dirigente.

São 21 mil trabalhadores mobilizados em 121 unidades do sistema Petrobras. A paralisação nacional soma 58 plataformas, 24 terminais e todo o parque de refino da empresa: 11 refinarias, SIX (usina de xisto), Lubnor (Lubrificantes do Nordeste), AIG (Guamaré).




Maior greve deste 1995

A greve nacional dos petroleiros, a maior desde 1995, é ainda em defesa da Petrobras e contra a sua privatização. A empresa pública vem sendo atacada pelo governo Bolsonaro, com o sucateamento das unidades, déficit de funcionários e pela venda fatiada. A gigante BR-Distribuidora já foi entregue ao setor privado. O fechamento da Fafen e as demissões fazem parte do desmonte que tem como objetivo enxugar custos para facilitar a venda.

Simão lembrou que com o fechamento da Fafen, o Brasil deixará de fabricar os insumos utilizados na fabricação de fertilizantes, uma ameaça à agricultura nacional. “Hoje eles fecham e demitem no Paraná. Se não reagirmos, amanhã vão querer demitir em toda a Petrobras para depois entrega-la às multinacionais”, alertou. Ironizou os que dizem que tudo no Brasil acontece somente após o Carnaval. “Este ano, para o desespero de Bolsonaro, será um ano em que as greves começam antes do Carnaval”, frisou.

 18 de março: greves nacionais

O diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo, condenou Yves Gandra por julgar a greve ilegal. “Gandra é eleitor de Jair Bolsonaro, fez campanha, ajudou a formular as propostas de reforma da Previdência e de uma nova reforma trabalhista e do Judiciário. Logo, tinha que se considerar impedido eticamente de tomar uma decisão que envolve diretamente o governo. Mas seria esperar muito ele tomar uma decisão destas”, afirmou o dirigente bancário, lembrando que a greve é legal justa. “A Constituição Federal garante o direito de greve. Os petroleiros estão lutando pelo cumprimento do acordo coletivo e, ao mesmo tempo, contra as demissões e o desmonte da Petrobras, caminho que deve ser seguido por todos os trabalhadores de empresas públicas”, afirmou.

Milton Martins, da Comissão de Empregados da EBC, disse que o processo de desmonte para posterior privatização é o mesmo para todas as estatais e que a resposta tem que ser a unificação contra este projeto entreguista. “O próximo passo é a participação de todos nos protestos nacionais do dia 8 de março, Dia da Mulher, e nas greves e protestos em todo o país no dia 18 de março. Será um Dia Nacional em Defesa do Serviço Público, das Estatais e Contra a Privatização. Os trabalhadores da área da Educação federal, do estados e municípios já decidiram entrar em greve neste dia”, afirmou.

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