Por Omar Moreira – Caiana -, administrador de empresas
Apenas uma reflexão. A população em geral não quer acreditar, mas, infelizmente, a Covid-19 trouxe o Brasil ao mesmo nível do caos que a Itália vivenciou há exatos oito meses. Por mais que “fechemos” os olhos, essa é a nossa realidade.
Chegamos à liderança: somos o número um em mortes pela Covid-19, com número recorde de mortes, 1.910 (03/03) num único dia, sendo que em 05 de março o número chegou a 1.800, segundo dia mais letal. Chegamos a mais de 260 mil óbitos. Fato inquestionável!
Estamos nas primeiras páginas dos principais jornais no mundo, que apontam o nosso descontrole no combate à pandemia do novo (já velho!) coronavírus.
O cenário é aterrorizador em muitas cidades e não acredito que seja um exagero da mídia. Gestores locais têm relatado os problemas pelos meios de comunicação quase que diariamente.
O País parece estar à deriva num quesito de extrema valia: a saúde, que é um dos principais pilares da seguridade social.
Tenho a percepção de que se não chegamos, estamos bem próximo ao ponto de inflexão para o colapso.
Em muitas cidades não há mais vagas, tanto na rede pública, quanto na rede particular.
É difícil encarar, mas estamos dando sinais de que somos uma nação em estado suicida, também em função do comportamento de pessoas que parecem não ter empatia, que se revelam negacionistas e, pior, que pouco se importam com vidas alheias. É um Fato!
Ainda, penso que o momento seria de “atuarmos” diplomaticamente, em especial sob o ponto de vista humanitário.
Deveríamos convencer outros países com pedidos de ajuda para acelerarmos a imunização da nossa população. Será que não seria uma providência válida?!
Faltam vacinas e no ritmo atual precisaremos de três anos para que 100% da população brasileira seja imunizada. É muito tempo!
Pois bem, apesar da calamidade, parece que nada foi feito, pelo menos ainda. Muito pelo contrário, o governo central em vez de assumir a devida responsabilidade – mormente no que tange ao programa de vacinações – “lava as mãos” e teve que engolir a medida forçada de compra de vacinas por parte dos Estados e, agora, pelos Municípios.
Sou plenamente favorável ao processo de descentralização de determinadas atividades, porém, neste caso concreto, não pode ser um “salve-se quem puder”.
Eu torço para que dê certo, mas registre-se que a aquisição de vacinas, numa situação de pressão, como a vivenciada, é uma questão mais política do que financeira.
Por iniciativa dos grandes municípios, parece que haverá uma minimização das dificuldades. Vejamos. A decisão do STF – Supremo Tribunal Federal, em ação ajuizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e proferida no dia 23 de fevereiro de 2021, permite que estados, distrito federal e municípios possam comprar e fornecer à população vacinas contra a Covid-19.
A autorização para a aquisição de imunizantes foi admitida nos casos de descumprimento do governo federal ao PNI – Programa Nacional de Imunizações ou de insuficiência de doses previstas para imunizar a população.
A liberação também cabe para os casos em que a Anvisa -Agência Nacional de Vigilância Sanitária não conceda autorização em até 72 horas para o uso de imunizantes aprovados por agências reguladoras de outros países.
Mas a grande pergunta que não quer calar é: será que teremos 26 Estados, 01 Distrito Federal e 5570 municípios – ainda que organizados em “consórcios” – correndo atrás do ouro (vacinas) e no camarote da arena um governo central assistindo a tudo? Espero que não, mas as circunstâncias mostram ineficiência do governo central. Ou não?
Enfim, independente das medidas governamentais em curso, é muito importante que não deixemos de agir com cuidado e vigilância, permanentes.
Evitemos aglomerações em locais fechados, mantenhamos o distanciamento mínimo, usemos máscaras e cuidemos da higiene das mãos.
São medidas que podem parecer difíceis(e são), mas temos que temos tentar, tentar, tentar e tentar!
Já perdemos 0,12% da nossa população com morte por Covid-19. Percentualmente pode até parecer um número reduzido, mas em números absolutos já ultrapassam 260 mil óbitos, em menos de um ano. Estamos, de fato, numa guerra!
Se Deus quiser, o Brasil superará mais este desafio, desde que todos façamos a nossa parte. Inclusive os Governos Federal, Estaduais e Municipais.
Não podemos perder para esse vírus maldito.