A agonia dos comentaristas de futebol

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Por Carlos Eduardo Alves, jornalista

É comum e justo os profissionais de imprensa apontarem a abissal diferença de qualidade entre os técnicos estrangeiros e brasileiros. Até aí, completamente ok. Ocorre, porém, que há um deserto de conhecimento na mídia brasileira especializada na bola.




Vejo todos os jogos de meu time, o Santos, na TV com o som desligado. Como o Santos não tem espaço quase nenhum na cobertura diária da grande mídia, as transmissões são um horror. Locutor erra nome de jogador, comentarista pede a entrada de determinado atleta para dar “mais intensidade” quando quem acompanha a equipe sabe que o sujeito é lento etc.

Comentaristas e locutores não fazem o dever de casa, ou seja, estudam os times. Pois bem. Ontem (28/11, jogo pela final da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo), como não estava torcendo para ninguém, devolvi o som para a TV.

Tal como o cabelo do comercial antigo, as coisas continuam as mesmas. É a engenharia da obra feita. Muda-se a análise de acordo com o placar. O time que era criticado um minuto antes por ser defensivo, torna-se um portento de eficiência quando faz o gol e por aí vai…

Nossos iluminados especialistas esquecem quase sempre que futebol é um jogo, ou seja, nem tudo é Ciência. Uma falha incomum como a da Andreas Pereira muda todo o planejamento de vestiário.

Mas nossos preguiçosos sabichões do jornalismo esportivo, incluindo sua corrente mais “moderninha”, continuam na linha do engenheiro de obra pronta.

Para não dizer não dizer não há esperança, um registro alentador. O pernambucano Cabral Neto, do SporTV, é ótimo. Jovem, percebe-se que estuda até detalhes mínimos das equipes dos jogos em que trabalha. Não fala bobagem. Que consiga furar o bloqueio que reserva as vagas de projeção para o pessoal de SP, RJ, MG e Rs.

Para não dizer que não há esperança, um registro alentador. O pernambucano Cabral Neto, do SporTV, é ótimo. Jovem, percebe-se que estuda até detalhes mínimos das equipes dos jogos em que trabalha. Não fala bobagem. Que consiga furar o bloqueio que reserva as vagas de projeção para o pessoal de SP, RJ, MG e RS.

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