Durante a semana, circulou pelas redes sociais esta charge e, no domingo de manifestações dos coxinhas, viralizou a foto. O chargista e o fotógrafo foram extremamente felizes em mostrar o óbvio.
Mostram o Brasil que eles da elite querem: o país em que a babà (eles chamam assim, não pelo nome) continua sendo escrava.
Serà que ela receberà hora extra por trabalhar no domingo? Será que ela tem carteira registrada? Por que serà que a madame està protestando? Vejam o semblante de ambas e tirem suas conclusões. Ps. Não encontramos os autores da foto e da charge. Quem souber, favor nos comunicar para darmos os devidos créditos.
A resposta da família da foto pelo Facebook
“Sí Pasarán!”
Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais 04 funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais.
Não faço mais do que a minha obrigação! Se todos fizessem o mesmo, nosso país poderia estar em uma situação diferente
A babá da foto, só trabalha aos finais de semana e recebe a mais por isto. Na manifestação ela está usando sua roupa de trabalho e com dignidade ganhando seu dinheiro.
A profissão dela é regulamentada. Trata-se de uma ótima funcionária de quem, a propósito, gostamos muito.
Ela é, no entanto, livre para pedir demissão se achar que prefere outra ocupação ou empregador. Não a trato como vítima, nem como se fosse da minha família. Trato-a com o respeito e ofereço a dignidade que qualquer trabalhador faz jus.
Sinto-me feliz em gerar empregos em um país que, graças a incapacidade de seus governantes, sua classe política e de toda uma cultura baseada na corrupção vive uma de suas piores crises econômicas do século.
Triste, só me sinto quando percebo a limitação da minha privacidade em detrimento de um pensamento mesquinho, limitado, parcial cujo único objetivo é servir de factoide diversionista da fática e intolerável situação que vivemos.
Para estas pessoas que julgam outras que sequer conhecem com base em um fotografia distante, entrego apenas a minha esperança que um novo país, traga uma nova visão para a nossa gente. Uma visão sem preconceitos, sem extremismos e unitária.
O ódio? A revolta? Estas, deixo para eles.
Texto de Cláudio Pracownik e Carolina Maia Pracownik publicado no Facebook sobre a foto deles com a babá e as duas crianças