Por Pedro Garbellini, Jornal GGN –
O Audiovisual Brasileiro pela Democracia organizou no dia 30 de março, em São Paulo, uma ato-mobilização contra o impeachment. Em torno da democracia se juntaram cineastas, roteiristas, atores, palhaços, crianças, marionetes, professores, estudantes e outros. Eles se concentraram no vão do MASP e, às 20hs, fecharam a Avenida Paulista, por alguns minutos, segurando uma grande bandeira branca onde se lia Arte pela Democracia.
Em manifesto publicado, o grupo cita o nome de Eduardo Cunha e denuncia “a imposição de um impeachment sem base jurídica e provas concretas, levado a cabo por um Congresso contaminado”. Leia-o na íntegra aqui. A equipe do Jornal GGN foi ao ato para conversar com alguns integrantes e pôde apreciar música guarani-kaiowá, rap e axé cantado por palhaças. Fotos de Samara Takashiro.
Esmir Filho reforça a importância da participação da mulher no audiovisual e conta que desde quando “se formou, em 2004, as coisas vem acontecendo muito num arco muito positivo para o cinema, para o audiovisual. Eu não tenho referência de antes como muita gente tem”.
Ícaro Martins, roteirista e diretor de longa-metragem desde 1982, reflete sobre o monopólio norte-americano na distribuição audiovisual. “A gente tem que lidar com uma competição super forte, desigual, a nível de monopólio, da produção dos grandes estúdios e grandes distribuidoras norte-americanas”, comenta Martins.
Fernando, conta sobre o dilema de Sergio Moro como professor da Universidade Federal do Paraná, “pra mim ele é um cara corrupto sim! Porque ele dava aula em universidade federal e não aparecia para dar aula aos alunos dele”. No site da universidade comprovamos que Moro é professor de Direito Processual e Penal do quarto ano da turma noturna de Direito (veja aqui e aqui). Não foi possível identificar a denúncia sobre as ausências do juiz.
Tamires Gomes Sampaio, conta sobre o papel de representatividade da União Nacional dos Estudantes (UNE) na reconstrução da sociedade pós-ditadura e na atual organização de comitês, debates e mobilizações em defesa da democracia.
Daniel Bittencourt acha que o audiovisual no mundo está se renovando e reflete sobre uma crise de identidade cultural no país, “no sentido da nossa cultura popular, das raízes versus o eurocentrismo, uma linguagem que a gente não descobre, não tateia, e quer seguir os modelosmainstreams e não chega em lugar nenhum”.