Por Washington Luiz de Araújo, jornalista
O amigo, grande músico Cláudio Motta enviou o vídeo abaixo intitulado “A Última Barca”. Ousei não perguntar no que se inspirou para a música e título, pois preferi ousar escrever algo no que pensei ao ouvir e ver as imagens da barca da Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro.
Embarque no texto e viaje no belo vídeo e música de Cláudio Motta. No final do vídeo, conheça os tripulantes deste belo trabalho artístico.
A barca da Ilha de Paquetá transporta pessoas das mais sutis ou acentuadas nuances psicológicas, físicas e econômicas.
Ela traz e leva para a nossa Ilha o que restou da humanidade (não é Maurinho?).
A barca traz risos, brincadeiras, tristeza, choro, mas, mais do que tudo, transporta solidariedade, ombro amigo, mais ouvidos e menos olhados.
Quando chegamos à Ilha, nos aliviamos das agruras do continente, nos “ilhamos” de prazer.
E é na viagem que vamos fazendo esta transposição, desembarcando o peso no atracar, carregando a leveza no chegar.
Leveza de vivermos em irmandade.
Ah, não é sempre assim. Dirá o pessimista ou muito realista, sei lá.
Sim, nem sempre, mas sempre teremos muito mais ombros amigos, ouvidos solícitos e braços solidários do que teríamos no todo continente.
Sempre ouviremos bem mais sinceros e afetuosos bons dias, boas tardes e boas noites.
Amigas e amigos que passam por perrengues são logo amparados, abraçados.
Isso sem o exibicionismo do “olha como sou bonzinho”. Não. Em Paquetá não tem disso, não.
Que a última barca, tão bem navegada aqui pelo fazer artístico do Cláudio Motta, nunca seja a derradeira no bom viver, no bom receber, no abraço amigo, no festejar.
Ah, e que seja melhor administrada para que sejamos melhor transportados.
Mas nisso não cabe lirismo e sim luta, pois o de Paquetá também é de muita resistência.
Foto da postagem: Américo Vermelho