Por João Tavares, jornalista, Bem Blogado –
Carlinhos Vergueiro e Paulo César Pinheiro acabam de compor uma das canções que se tornarão ícones dos tempos obscuros que estamos vivendo: “Canção do Lutador”.
Se é difícil, mesmo para um historiador, contar e entender o período em que se vive, ainda mais no calor dos fatos, os artistas tem o dom e a licença poética para reunir em melodias e rimas o sentimento coletivo que eles captam e espalham no ar.
Impossível ficar indiferente a versos como “… Que tristeza dá / o véu de treva que desceu sobre a razão… /A cruz de fogo no olho mau do traidor…/A mão de sangue que, maldita, esmaga a flor…”
Uma letra que precisa ser sentida verso a verso. Uma poesia que se casa com uma canção com traços de Bach ‘ – uma pequena ‘bachiana’ brasileira que faria Villa Lobos sorrir.
Simples na sua pretensão; complexa na arte de misturar trevas e luz; inovadora ao apostar na esperança sem cair em lugares comuns. Acordes que nos acordam. Rimas que nos animam.
Carlinhos e Paulinho Pinheiro, dois grandes mestres da música brasileira, mexem com nossos corações; acreditam em um novo país.
Quisessem multiplicar visualizações poderiam ter batizado a música como “Canção do Lula”. Como a arte supera o tempo eles escreveram para todos os ‘lulas’.
Em primeira mão, sem o arranjo definitivo, apenas com voz e violão. Ouça, veja, leia e curta e compartilhe.