Por William Nozaki, WhatsApp –
Fui surpreendido essa semana com a intimação judicial de um processo criminal movido contra mim pelo atual presidente da Petrobras.
Como professor e pesquisador tenho me dedicado no último período a estudar questões relacionadas a grupos de pressão e conflitos de interesse em empresas do setor de petróleo e energia.
Parte dessa reflexão tem sido publicizada em algumas revistas e blogs. Em um dos meus artigos chamei a atenção para três fatos que me parecem passíveis de problematização: (I) Pedro Parente mesmo depois de ter assumido a presidência da Petrobras permanece como presidente da BMF&Bovespa, (II) além disso mantém uma consultoria financeira privada que gere patrimônios de famílias ricas, (III) tudo isso em um momento delicado de privatização de ativos da Petrobras.
Mapear redes de relações e averiguar a existência de interesses cruzados entre a esfera pública e a iniciativa privada é um procedimento normal de diversas pesquisas nas áreas de ciência política e economia. Como gestor de uma empresa estatal de natureza pública, Pedro Parente poderia ter prestado esclarecimentos sobre suas atividades junto ao mercado empresarial privado, pois tal fato é inclusive objeto de denúncia no Ministério Público Federal.
Entretanto, o atual presidente da Petrobras optou por mover um processo criminal contra um professor e pesquisador. Tal decisão soa como uma tentativa de intimidação, de ameaça e de censura contra a reflexão crítica e a liberdade de expressão. Quando o presidente de uma das maiores empresas da América Latina se ocupa de processar injustamente um docente é porque há algo de muito errado acontecendo no país.
Em tempo, deixo abaixo o link de dois dos meus artigos sobre o tema supracitado:
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