Por Deise Capelozza, Facebook
Como ficar indiferente aos jovens que estão se multiplicando nos semáforos de SP tentando ganhar algum dinheiro?
Nas esquinas mais movimentadas do bairro onde moro, eles se “revezam”.
Ontem, me entristeci ao ver um rapaz vendendo balas e chicletes e notei que ele estava visivelmente constrangido por estar ali.
Hoje, pela manhã, uma garota com uns 16 anos portava um pequeno estandarte colorido com os dizeres: “Me ajudem a pagar o meu curso”.
Ela vendia paçocas e me respondeu que estava fazendo curso de piano.
Comprei algumas paçocas, desejei-lhe boa sorte e disse-lhe que havíamos de tirar esse governo tirano para que ela conseguisse concluir seu curso sem necessidade daquilo.
Ela abriu um grande sorriso mostrando cumplicidade com o que eu havia dito e agradeceu.
Coragem! Foi o que disse-me minha amiga Alice num desses dias em que eu me encontrava inconformada com os rumos do nosso país.
Coragem é o que não falta a essa menina do farol.
Observações do Bem Blogado: O comovente texto da amiga do blog, Deise Capelozza, nos remeteu à música de Aldir Blanc e João Bosco, imortalizada por Elis Regina.
Aqui a letra e, mais abaixo, o vídeo com Elis:
Transversal do Tempo
As coisas que eu sei de mim
São pivetes da cidade
Pedem, insistem e e
Me sinto pouco à vontade
Fechada dentro de um táxi
Numa transversal do tempo
Acho que o amor
É a ausência de engarrafamento
As coisas que eu sei de mim
Tentam vencer a distância
E é como se aguardassem feridas
Numa ambulância
Podem morrer, mas espero
Como se houvesse um sinal
Sem sair do amarelo