A decadência do mercado cultural da música brasileira

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Por Adonis Karan, produtor cultural*

A coluna do Ancelmo, n´O Globo, informou que o Spotfy tocou 953 milhões de músicas de 13 de Março a 12 de Abril. Dentre as 10 músicas brasileiras que foram mais tocadas diariamente, oito são as sertanejas, distante milhões de quilômetros da verdadeira música sertaneja, a regional, de raiz, dos violeiros, dos cantadores.




Há algum tempo, o programa Fantástico, da TV Globo, cuja audiência atinge dezenas de milhões de telespectadores, utilizou mais de 10 minutos do seu programa (se uma imagem vale mil palavras, imaginem…) para prestigiar e enaltecer a indústria da música sertaneja, da qual a emissora faz parte.

Entrevistou compositores e intérpretes, que explicaram como sua produção e divulgação eram sincronizadas para influenciar objetiva e subjetivamente a maioria da população brasileira, que gosta de música.

Com isso faturam milhões de reais em direitos autorais e apresentações presenciais em todo o Brasil. Lançam regularmente novas duplas e músicas para ocupar todos os espaços, disputando, apenas, com a música pop nas listas das músicas mais executadas no Brasil.

Os sistemas político, econômico, midiático e religioso, que agem ardilosamente interligados, conseguiram fazer uma lavagem cerebral nas últimas gerações, manipulando maquiavelicamente a educação e a capacidade do livre pensar.

Compositores novos e sobreviventes da autêntica e criativa música brasileira não têm espaço, mídia ou recursos para mostrar seu trabalho. Músicos maravilhosos tocando nos bares e pequenas casas ganhando migalhas, isso quando têm algum trabalho.

Músicos importantes pedindo dinheiro para a sobrevivência própria e de pessoas que vivem da produção cultural, durante a pandemia. Está impossível ver luz no final do túnel.

Talvez o coronavirus faça emergir uma raça humana mais sensata e solidária, despertando para um novo tempo!

 

*Foi Diretor Nacional de Projetos e Eventos Especiais da Rede Tupi de Televisão, Diretor de Eventos da TVE – Rede Brasil – e Coordenador Geral de Eventos da Rede Globo.

Veja aqui um breve currículo de Adonis Karan no Dicionário Cravo Albim: http://dicionariompb.com.br/adonis-karan/dados-artisticos

E Wikipedia:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Adonis_Karan

 

Nao foto, esquerda para a direita: Adonis Karan, Gonzaguinha, Lúcio Alves, Miguel Gustavo e Carlos Monteiro

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