Via Paulo Garreta Harcot, por Marcos Cezar de Freitas –
Há um erro generalizado na percepção de que a atual crise está fechando espaço apenas para as alternativas que se movem no variado campo político da esquerda.
A degradação ensejada pelo golpe também está ferindo de morte aquele republicanismo intensamente democrático que, no Brasil, associava liberdade cidadã com a superação da lógica da casa grande.
Se nos momentos mais degradantes os entusiastas de um neofascismo “emebeliano” participaram de marchas com cartazes contra Paulo Freire, agora o silêncio seletivo dos que batiam panelas demonstra que o processo vivido a partir de 2014 também tirou do campo de força das mobilizações as falas de essência radicalmente republicana.
Quem são os Anísios Teixeiras de agora dispostos a garantir um lugar de defesa para a escola pública em meio aos enfrentamentos em curso? Têm falado as fundações.
Quem são os Mários de Andrades a combater especulação imobiliária com parques infantis? Têm falado os novos lacerdas.
Que cidades sobrarão do conluio entre um neoliberalismo radicalizado, com um neofascismo de jovens que se apresentam para fechar “escolas vermelhas”?
Quais instituições restarão confiáveis após investida tão violenta da casa grande e do baronato contra direitos sociais?
Um berlusconi tupiniquim vem aí.
Seguramente dirá que não é político, que não é da política e que tem resultados e não ideologias.
Quando chegarão os lupicínios rodrigues para cantar uma gente que vai ao inferno à procura de luz?”