Em 2010, trabalhei na comunicação da campanha de Dilma. Na ocasião, conheci Sandra Brandão. Endosso todas as palavras que Mario Marona utiliza sobre esta profissional (Washington Luiz Araújo).
Por Mário Marona, no Facebook –
Trabalhei com Sandra Brandão por alguns anos. Ela comandava o “Gabinete de Informação em Apoio à Decisão” da presidência da República. Trabalho duro, cansativo, estressante, que exigia muita pesquisa, rapidez de resposta e atendimento imediato à presidenta.
A natureza do seu trabalho e o conhecido padrão de exigência e cobrança da presidenta a obrigavam a ficar disponível, literalmente, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Eu também vivia um pouco desta situação. Com base nos briefings que recebia de Dilma e nas pesquisas que realizava, Sandra me municiava de dados e orientações para que eu pudesse fazer o meu trabalho – escrever análises, sugestões, artigos e discursos, muitas vezes de um dia para o outro ou, de vez em quando, com uma ou duas horas de prazo.
Meus contatos com Dilma eram raros porque Sandra sempre fazia o meio campo entre nós – e concluindo a metáfora – com a competência dos grandes camisas 10 que eu vi jogar.
Foi a melhor chefe que tive em muitos anos de profissão. Apesar da pressão com que ela precisava lidar, jamais foi descortês ou rude comigo. Eu sabia exatamente quando ela estava tensa, mas ao contrário de muitos chefes que conheci, alguns inclusive neste governo, Sandra jamais fugia de sua responsabilidade apenas transferindo aos subordinados a pressão que sofria. No máximo, dividia com eles o esforço para encontrar soluções em situações críticas.
Eu devolvi a gentileza e o profissionalismo da melhor maneira que pude: trabalhando, e trabalhando muito, sem jamais reclamar de qualquer demanda, por mais difícil e urgente que fosse.
Falo sobre Sandra Brandão porque esta é uma dívida de gratidão que tenho com ela. Mas faço este reconhecimento, hoje, porque imagino o quanto ela ficou triste e indignada com a notícia de que o atual presidente da República forjou um contrato para a babá de seu filho justamente no “Gabinete de Informação em Apoio à Decisão”, um serviço público que Sandra dignificou e engrandeceu enquanto esteve lá e que, agora, com uma canetada, é enlameado e jogado no lixo.