Fábio Paiva pelo Facebook –
Logo que tomou posse, o novo ministro da Educação, o pernambucano Mendonça Filho (partido DEM, sigla historicamente inimiga da educação pública) foi recebido com uma saraivada de vaias dos servidores públicos que trabalham na área e dedicam as suas carreiras às melhorias no setor.
No segundo dia do governo golpista [dia 13 de maio], a educação já começou a ser bombardeada. Primeiro, houve a exoneração de toda a Setec (Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica) do MEC, ou seja, os institutos federais e seus programas ficaram à deriva: Pronatec, Proeja etc. TUDO FOI DESMONTADO.
Paralelamente, em São Paulo no mesmo dia, a PM prendeu mais de 50 estudantes secundaristas que batalharam nas ocupações das ETECs, cobrando da ALESP a CPI das merendas, e os levou em ônibus a três diferentes delegacias da capital do estado sem ao menos existir uma acusação legítima contra eles!!! Além disso, o governo estadual e a PM desrespeitaram tratados internacionais de Direitos Humanos e a Resolução nº 6/2013 do Conselho de Defesa de Direitos da Pessoa Humana, visto que os policiais utilizaram armas contra os adolescentes.
Depois, voltando ao âmbito nacional, vieram as suspensões de novas inscrições para o PBP (Programa de Bolsa Permanência), instituído pelo então ministro petista Aloizio Mercadante Oliva, da administração Dilma Rousseff, através da Portaria nº 389, de 9 de maio de 2013, com a finalidade de:
“I – viabilizar a permanência, no curso de graduação, de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, em especial os indígenas e quilombolas;
II – reduzir custos de manutenção de vagas ociosas em decorrência de evasão estudantil; e
III – promover a democratização do acesso ao ensino superior, por meio da adoção de ações complementares de promoção do desempenho acadêmico.”
O avanço do Programa durante a gestão de Dilma passou de 4.736 estudantes em 2013 para 13.931 em 2016.
A sequência dos desastres e dos sequestros na área da educação brasileira na primeira semana do governo biônico eleito pelos corruptos do Congresso Nacional, única classe que o elegeu, ainda gerou o depoimento-denúncia de um estudante que estava se especializando no exterior. Faço questão de reproduzir o conteúdo do texto:
“Olá, gente! Bom dia a todos! Eu estou estudando pela Universidade da Tecnologia de Sydney desde o fim do ano passado pelo programa. A bolsa nos dá direito a estudar 2 semestres no exterior, tendo que cumprir algumas exigências, como frequência nas aulas, no máximo 1 reprovação, não pode trabalhar, etc… Ao final destes 2 semestres, consta no edital que a bolsa pode ser estendida para mais 2 meses, que são os equivalentes às férias de verão no Brasil, para o aluno estagiar no país. Hoje, alguns companheiros que estão estudando pela Universidade de Adelaide (Sul da Austrália) receberam pelo e-mail interno da uni a notícia que o governo brasileiro entrou em contato com a universidade e cancelou a parceria que dava o direito aos alunos estagiarem no fim do ano, portanto nós teremos que voltar mais cedo do que o esperado. A reação dos alunos foi de decepção, porque o estágio era uma etapa super importante e alguns até já haviam arrumado o lugar para estagiar. Nós de Sydney ainda não recebemos a notícia oficialmente, mas pelo que está escrito no texto, o cancelamento vai valer pra todo o programa. Também houve a discussão de que se valeria a pena abortar a experiência antes do término, já que os gastos dessa etapa final são apenas uma pequena porcentagem do total.”
Isso tudo, esse show de horrores e tragédias foi possível em apenas uma semana de exercício ilegítimo do ilegitimamente sentado na cadeira da presidência que não lhe pertence e jamais lhe pertenceu.
Posteriormente, eu me darei ao trabalho de narrar os descalabros que se seguiram nas semanas posteriores… Precisamos interromper a sequência desses capítulos funestos da nossa história atual!