Houve quem avisasse que isso ocorreria. Entre eles, este simples blogueiro disse em muitos textos que o destino do PSDB e de Aécio seria o da UDN e de Lacerda
Por Renato Rovai, compartilhado de Fórum
na foto: Parte do grupo bolsonarista que vem sequestrando os trabalhos na Câmara.Créditos: Instagram/Reprodução
“Não existe espaço vazio na política. Ou você ocupa ou ele será ocupado.” A frase de autor desconhecido é costumeiramente utilizada por pessoas que se colocam na militância pública. De alguma maneira é como uma senha de entrada para esse universo. Se você for fazer política, esteja sempre disposto a entrar em bolas divididas e disputar. Não deixe espaços vazios serem ocupados por outros que possam lhe tomar o bastão.
A direita tradicional, de alguma forma representada pelo PSDB e pelo PFL (depois DEM), foi engolida no movimento do impeachment de Dilma porque não soube conduzir o processo. Imaginou que derrotando a presidenta e enfraquecendo o PT, seria ela a ocupar aquele espaço vazio.https://b2fc549ce21fc45009da83a69b75ff0c.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html?n=0
Mas não foi o que se deu.
Ao contrário, com seu discurso antipolítica, os movimentos que foram às ruas acabaram tomando o lugar dos então partidos de direita e assumindo o protagonismo desse campo.
O dia D dessa grande virada foi quando Aécio, Serra e outros grão-tucanos chegaram na Paulista numa manifestação e tiveram que ir embora aos gritos de corruptos.
Houve quem avisasse que isso ocorreria. Entre eles, este simples blogueiro disse em muitos textos que o destino do PSDB e de Aécio seria o da UDN e de Lacerda na época do golpe militar.
Agora, esse processo chegou ao Congresso brasileiro. Os deputados fascistas da tropa de choque bolsonarista, como Nikolas Ferreira, Zé Trovão, Júlia Zanatta, Coronel Fernanda, Gustavo Gayer, Éder Mauro e Abilio Brunini e outros estrupícios da política, se tornaram os astros da direita na Câmara. Eles estão dando a linha política da direita no Congresso e ofuscando não os deputados do PT, PSOL, PCdoB etc., mas os parlamentares da direita mais ortodoxa que se tornaram meros assistentes de palco desses trastes.
E o que fazem esses deputados liderados por Arthur Lira? Nada. No limite acham graça de ações covardes como as contra Luiza Erundina e a deputada Sâmia Bomfim que ocorreram nesta semana.
O resultado: vão ser dilacerados nas urnas.
Na direita a antipolítica ganhou força com a ascensão de Bolsonaro e os deputados que se tornaram puxadores de votos foram os que se comportaram forma mais radical que o mito. De 2018 para 2022 essa bancada mais que dobrou dentro da direita. Ela não tomou assentos dos partidos progressistas, que continuaram com seus 130 deputados, mas do antigo centrão, que ainda é enorme, mas perdeu votos.
Se Lira e aqueles que comandam o Congresso continuarem a fazer vistas grossas para todo o tipo de barbárie dessa gangue, eles serão ainda mais fortes em 2026. E deputados que hoje riem do que veem, vão assistir de casa a esse show de horrores.
A sanha fascista no Congresso é péssima para o País, ruim para o campo progressista, mas muito pior ainda para a direita ortodoxa.