Por Washington Luiz Araújo, jornalista –
A tão propalada delação premiada seria um método burro não fosse a intenção dos membros do judiciário de condenar os delatados por intermédio da execração pública pela velha mídia. Feita de forma direcionada, para pegar somente denunciados do PT, a delação premiada premia muita gente, menos aqueles que caem na boca da grande imprensa. Se houvesse realmente justiça, não haveria vazamento.
Na intenção covarde e abjeta de acabar com o Partido dos Trabalhadores e o governo Dilma, os integrantes da Operação Lava-Jato, ao vazarem os depoimentos, alertam os denunciados, que teriam condições de fugir ou, pelo menos, destruir provas. Como não vem ao caso investigar a fundo o que falam os delatores, presos para “dedurarem” e soltos por falarem, fica assim mesmo: delatam, e membros da Polícia Federal, do Ministério Público Federal ou o próprio juiz de primeira instância Sérgio Moro vazam para a velha mídia. Faz-se um baita barulho, condena-se em praça pública e está feita a injustiça.
A situação chegou a um ponto tão escabroso, que o Procurador Geral da República Rodrigo Janot se aproveita de vazamento ilegal do grampo feito com a presidenta da República para sugerir ao Supremo Tribunal Federal que não permita a nomeação de Lula para o ministério. Ou seja: juiz vaza ilegalmente grampo telefônico realizado de forma igualmente ilegal, enquanto o procurador geral apoia o vazamento e propõe ao STF a não nomeação de uma pessoa que não tem condenação. E que a injustiça seja feita.