Por Fernando Brito, Tijolaço –
O Governo dos Estados Unidos divulgou os dados do seu PIB (GDP, na sigla deles) do primeiro trimestre e a revisão dos números de 2014.
É de fazer murchar as orelhas da Míriam Leitão.
No trimestre inaugural de 2015, queda de 0,7%.
E agora, ao contrário do ano passado, não houve nevasca para culpar.
Aqui, onde o IBGE soltou os dados também hoje, queda de 0,2%.
A coisa está ruim aqui? Está.
Mas está em toda a economia mundial, em séria crise e isso se reflete também aqui.
Não é o caso de falar em marolinha, porque o Governo não tem os saldos que possuía na crise de 2008/09 e que se consumiram para mitigar seus efeitos, pelo investimento público e pelo crédito para inversões e consumo.
Quem se recorda de que soltavam foguetes com a “forte recuperação” da economia dos EUA no início do ano passado?
Quem vai recordar que o FMI colocava o Brasil como um dos “cinco frágeis” do mundo, ao lado de Índia, Turquia, Indonésia e África do Sul?
Quem vai lembrar que essa retomada americana foi o sinal para a alta dos juros, numa “competição” que nunca houve com um possível aumento da taxa de juros dos EUA, da qual todos falavam?
Há problemas sérios nas contas brasileiras, mas eles só chegaram a este ponto por três fatores essenciais: excesso de generosidade nas desonerações tributárias, elevação dos custos de energia com a seca, retração do consumo e a insegurança negocial em setores com grande peso na economia, como petróleo e gás e construção pesada, levando a uma imensa queda na Fomação Bruta de capital Fixo: investimentos.
A situação, porém, é agravada por um terrorismo diário que desmotiva o país a trabalhar e investir.
Em lugar de vermos que há uma crise mundial e quais são os nossos espaços para sofrer menos com ela, parece que há uma torcida pelo desastre.
E, como no futebol, embora torcida não ganhe jogo, afeta, em maior ou menor grau, o desempenho do time.