Durante o processo de discussão, votação e aprovação da Reforma Trabalhista, orquestrada e sancionada pelo ex-presidente e regente do golpe de 2016, Michel Temer, eu atuava como jornalista sindical. Em seguida, voltei para a universidade para pesquisar a comunicação dirigida ao trabalhador, quando me titulei como Mestre em Comunicação Social, em setembro de 2020, com a dissertação “O Jornalismo Sindical no Enfrentamento da Reforma Trabalhista de 2017: Uma análise de Conteúdo dos Jornais Sindicais”. Por isso, fiquei especialmente feliz com a mensagem da presidenta da #PT, #GleisiHoffmann, e em seguida com as afirmações do ex-presidente #LuizLuizInacioLuladaSilva, sobre a intenção de revogar a Lei 13.467/2017, que precarizou o trabalho do brasileiro.
Por Adriana do Amaral, compartilhado de Construir Resistência
O Brasil pandêmico sofre especialmente com a falta de renda, que também é consequência da legislação trabalhista que fomenta o subemprego, as relações laborais informais, a prestação de serviços e empreendedorismo sem garantias, batizado de “uberização”. Na verdade, um projeto da variante perigosa do vírus capitalista, o neoliberalismo, que torna os ricos mais ricos e o trabalhador miserável.
A Reforma Trabalhista passou quase desapercebida pelo trabalhador, na época. As centrais sindicais tentaram negociar com Temer até o final, sem sucesso e tudo o mais piorou depois na vida do brasileiro.
A #pandemia só fez aumentar o caos, que era não apenas esperado, mas orquestrado. Ou seja, promovendo a escravidão laboral moderna com a terceirização, as relações flexíveis, a tal carteira verde e amarela que o atual presidente do Brasil tanto defende. O brasileiro está órfão de direitos nesse contexto, que não é muito diferente no restante do mundo.
A fala de Lula e as pesquisas de opinião que o colocam como possível futuro presidente do Brasil me enche de esperança e expectativa. Remetendo as boas novas que em da Espanha, quando governo e trabalhadores discutem a Reforma Trabalhista locais, que como aqui não deu certo e será revista, Lula afirmou que, se eleito, deve revogar a lei brasileira.
Ele terá muito trabalho. Precisará negociar com o empresariado e Congresso Nacional para rever os mais de 100 artigos alterados na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Além disso, a avalanche de mudanças que afetaram trabalhadores, pontualmente, inclusive os profissionais com deficiência, os aposentados, os informais e todos os mais.
Depois de Getúlio Vargas, Lula foi o presidente que mais promoveu o trabalho. É claro, são políticas, interesses e épocas diferentes, mas ambos colocaram o trabalhador em foco. Nesse ínterim, vimos o Ministério do Trabalho sucumbir e a tentativa de resgatá-lo, mas ainda atrelado à política econômica traiçoeira. Ficamos à mercê de Moro e Guedes e Bolsonaro e àqueles que os apoiam.
Minha tese de mestrado foi dedicada ao presidente Lula “por mostrar-me que a troca dialógica também se faz na luta pelo trabalho decente”. Inspirei-me na leitura de #AntonioGramsci, que odiava os indiferentes, não sucumbiu ao cárcere, mas fez da prisão um refúgio para os seus escritos e ao mestre #PauloFreire que nos ensina a reconhecer os obstáculos, mas se recusou a “acomodar-me em silêncio ou simplesmente virar o eco macio, envergonhado ou cínico, do discurso dominante.”
O desafio estar lançado: votar nos partidos de esquerda nas eleições de 2022, pois o presidente Lula, se eleito, precisará do apoio dos parlamentares e governadores. Para isso, promover o debate sobre trabalho e relações trabalhistas à exaustão, discutindo, dialogando, gerando a conscientização coletiva necessária para mudar o estado das coisas.
Para quem se interessar em ler a minha pesquisa:
http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/2017