Por Paulo Nogueira, Diário do Centro do Mundo –
A Folha levou a seção Erramos às últimas consequências nestes dias.
O jornal, sem nenhuma cerimônia ou constrangimento, decidiu compartilhar a responsabilidade por um “erro grave”.
Erramos virou, literalmente, erramos mesmo: nós e eles.
A Folha disse que o Teori, do STF, abrira inquérito contra Mercadante – um alvo frequente do jornal – no âmbito da Lava Jato.
Não era verdade, o jornal admitiu.
E ainda delata quando é induzida a erro ao copiar. Maus modos em dose dupla: primeiro, ao surrupiar conteúdo. Segundo, ao ser dedo duro quando constadada a barrigada.
Mas a Folha não delatou apenas o JN.
Também entregou “duas fontes ligadas à investigação da Lava Jato”.
Você pode avaliar, por aí, a confiabilidade da cobertura da Folha.
Duas fontes conseguiram passar uma informação falsa sobre um tema em que elas estão mergulhadas.
Quantas imprecisões o leitor da Folha não engoliu nos últimos meses, na Lava Jato, por conta de fontes como estas delatadas?
Fonte anônima é uma das pragas do jornalismo nacional destes tempos. Quem paga mesmo o preço é o leitor.
Como as corporações jornalísticas estão em guerra aberta – a guerra fria ficou lá para trás – contra o governo, você pode imaginar quantas fontes não são simplesmente inventadas para sabotar Dilma, Lula e o PT.
Nenhum repórter ou editor será cobrado pela direção a revelar internamente o nome de alguma fonte anônima num assunto que tenha gerado controvérsia.
É nesse ambiente de militarização editorial que brotam desmentidos patéticos como este em que a Folha dividiu a responsabilidade por mais um “erro grave” contra as vítimas de sempre.