Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, Facebook
Não é por acaso que nos últimos dias o JN e apêndices das Organizações Globo passaram a fazer bom jornalismo no caso da escandalosa caixinha gerenciada por Queiroz, o sumido amigo e assessor da família Bolsonaro. O que a Globo quer é mandar um recado a Bolsonaro: não aceitará quietinha qualquer tentativa de o novo governo favorecer Record (Edir Macedo) e SBT (Silvio Santos).
Bolsonaro já anunciou que mexerá nos critérios de distribuição de verbas publicitárias do governo federal. A Globo não deve ir muito além do que está fazendo no caso do laranja Queiroz. Vai esperar os primeiros passos do milico no poder e a partir daí retomar o jogo de xadrez.
E o que deve ocorrer com o caso Queiroz? Ao contrário do que deliram alguns analistas de esquerda, ele não vai abrir o bico e entregar qualquer Bolsonaro como mandante da caixinha de arrecadação de salários dos alocados em gabinetes. Ou tentará criar uma história complicadíssima creditando os depósitos e saques a negócios particulares dele, admitindo apenas crime de sonegação, ou se dirá o mentor do esquema, mas sem o conhecimento de filhos ou de Bolsonaro. Em suma, matará no peito e isentará a família do amigo e patrão.
A grande incógnita é o papel de Mourão, o vice igualmente ogro de Bolsonaro. É inegável que sonha em se tornar titular, no lugar do capitão. Para os progressistas, uma dose de realismo. Todo governo entrante tem muita força e uma reserva grande de boa vontade da população. Por isso que as maldades sociais devem ser tocadas logo no início do mandato. É bom as esquerdas atentarem a isso e trocar delírio por realidade.