Por Kiko Nogueira, em DCM –
Os diversos veículos do grupo Globo estão sonegando uma informação fundamental na cobertura da prisão de Carlos Arthur Nuzman e seu braço direito Leonardo Gryner.
Gryner fez carreira na emissora carioca. Começou como produtor de um telejornal extinto que se chamava Painel e terminou sua passagem gloriosa como diretor de Marketing Esportivo.
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Saiu em 1992 para operar com Nuzman como consultor de Marketing da Federação Internacional de Vôlei. Sua trajetória televisiva está no site da Memória Globo. Corra antes que a mão invisível do mercado tire do ar.
Nuzman foi detido nesta quarta, dia 4, em seu apartamento no Leblon. Ele é suspeito de intermediar a compra de votos de integrantes do Comitê Olímpíco Internacional para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016. Gryner, apanhado em seu “apartamento luxuoso”, segundo o G1, seria intermediário das propinas.
Como no caso de J. Hawilla, ponta de lança do escândalo da Fifa, dono de uma afiliada da Globo depois de brilhar como repórter, apresentador e chefe do departamento esportivo da empresa, Gryner é tratado como um estranho.
Ora, ambos são filhos diletos da Globo. Gryner aprendeu ali o que levou para suas aventuras. Ele mesmo fala com carinho, gratidão e nostalgia sobre a empresa em alguns vídeos do YouTube.
Quantos negócios escusos não foram feitos com a TV onde trabalhou?
Nuzman é presidente do COB desde 1995, tendo sempre Gryner ao lado. Tem a ficha suja há anos. Teve crescimento “exponencial”, segundo o MPF, de seu patrimônio entre 2006 a 2016: 457%.
O jornalismo da Globo nunca mexeu uma palha contra ele. Ninguém sabe, ninguém viu.
Nenhum dos solertes repórteres ousou dar uma apurada mais a fundo nos malfeitos. É entretenimento. É terra daqueles modelos que fazem graça na hora do almoço, como o bobo alegre Tiago Leifert.
Ali Kamel, diretor Geral de Jornalismo e Esportes, jamais colocou o dedo na cumbuca de Greyner. O cara era da casa, poxa. Ricardo Teixeira, João Havelange, J. Hawilla… Todos eles prosperaram sob o sol dos Marinhos.
Esses casos contam também com a ajuda da principal concorrente, a Record, com sua indigência jornalística e sua própria sujeira.
Certamente Nuzman e o Gryner têm muito a contar sobre suas “parcerias” com a Globo. Obviamente que não vai interessar aos procuradores, devidamente endeusados desde as 6 da manhã de hoje.
A não ser que Gryner e Nuzman entreguem o Lula. Aí é bola na rede e partir pro abraço.