Por Hildegard Angel em seu Blog –
Que irônico é o destino da Rede Globo. Acuada pela possibilidade de extinção da “reserva de mercado” das comunicações no país, dado o desejo manifesto de Donald Trump de a AT&T entrar aqui para concorrer com ela;
sob prejuízo mensal de cerca de 100 milhões imposto pelo fracasso econômico do país e o boicote publicitário de Bolsonaro; ameaçada pela concorrência cada vez maior dos veículos de mídia dos neopentecostais – formadores da opinião de enorme fatia de nosso povo, exército de crentes obedientes ao “voto de cabresto” ordenado por bispos e pastores, nesse contexto catastrófico, a única possibilidade de salvação para a Globo é se compor com um líder político carismático capaz de sensibilizar e mobilizar multidões, e assim mudar o curso desse desastre iminente que dela se aproxima.
E esse líder se chama Luís Inácio Lula da Silva.
A Globo precisa, urgentemente, baixar armas e se render à necessidade de seu momento, enviando um emissário a Curitiba para estabelecer interlocução com Lula. O ativismo político da emissora deu ruim. Assim como aconteceu com a Fiesp, que, após o fiasco de seus patos amarelos com nossa indústria se esborrachando em ritmo galopante, agora cobre seu prédio da Paulista com a bandeira vermelha com estrelinhas amarelas da China comunista.
Também a Globo precisa planejar sua mudança de estratégia. Que poderá ser o reconhecimento público de seu erro no apoio sem limites à Lava Jato e a Sérgio Moro.
Ela pode alegar, como já fez a Veja, que se deixou cegar por seu entusiasmo no combate à corrupção, e que houve sim excessos indesculpáveis, atropelos à Constituição e ao nosso Código Penal.
Deve capitular à #vazajato do The Intercept, divulgando-a em sua plenitude, e manifestar (enfim!) sua estranheza em relação às delações premiadas, sem provas, por delatores sob a ameaça de penas quilométricas.
Só assim, a platinada estará em condições de fazer oposição aberta a este governo, a Moro, e poderá liberar o Supremo para agir como o último vigilante de nossa Constituição que é e, enfim, ela poderá se redimir em relação a Lula.
Preconceitos à parte, o que faz a Globo ter esse pânico de Lula e do PT é a possibilidade de seu retorno ao poder, cassando a sua concessão ou estabelecendo limites ao monopólio que ela exerce. Um bom acordo entre essas partes, uma boa conversa, cada um concedendo um pouco, lado a lado, seria o mais conveniente agora.
Pois Lula solto e sem pendências judiciais, Lula no comando do espetáculo é a única chance que a Globo tem, que nós todos temos, de nos livrarmos desse encosto poderoso que sufoca o país.
A Globo ainda maneja os cordões do teatro de fantoches chamado Brasil, mas como está se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.
Acredito que se o grande estrategista Roberto Marinho estivesse vivo ele já teria feito isso.