A glória depois de 21 anos entre dois craques da zaga: Leônidas e Gottardo

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Por Sérgio Pugliese, Museu da Pelada

Sabe aquelas frases que ficam em nossa cabeça, aquelas ditas com tanta convicção que você jamais ousaria contrariar? Bem, o PC Caju um dia me afirmou: “Sebastião Leônidas foi o maior zagueiro da história do futebol brasileiro!”. O Caju, conhecemos, é firme em suas opiniões. Discordo de algumas, mas como não vi Leônidas jogar sempre que surge alguma enquete sobre o melhor zagueiro de todos os tempos cravo Leônidas. E aos que rebatem dizendo que não tenho idade para tê-lo visto jogar mando procurar o PC.




Quem vai encarar o Caju??? A verdade é que sempre quis conhecer Leônidas até porque acho esse nome lindo, imponente, sei lá. Leônidas carrega um misterioso romantismo. Tentei várias vezes, pedi ajuda ao Carlos Roberto, uma espécie de mestre de cerimônias do lendário Botafogo, mas sempre havia algum desencontro. Como não entrevistar o maior zagueiro da história?

Ah, se o tempo ajudasse eu adoraria homenagear tantos craques!!! Quando leio que Cremílson morreu me dá uma dor tremenda, uma raiva doída por não ter conseguido ouvir um pouquinho de sua história, ter gravado um vídeo bonito, feito uma foto lindona, termos rido juntos, lembrado dos bons tempos. Essa rapaziada precisa de carinho, reconhecimento.

Cremílson, pelo contrário, não era um nome pomposo, mas também tinha um espaço guardado em meu coração. Mas André Mendonça, editor do Museu da Pelada, achou Sebastião Leônidas e me ligou eufórico: “Encontrei a lenda!!!”. Leônidas, que ainda trabalha no Botafogo, disse que André deu sorte por ele, aos 80 anos, estar em casa, de férias. Lenda é lenda!!!!

Por coincidência, tinha falado com Wilson Gottardo semanas antes sobre um projeto social que ajuda, em Cordeiro. Juntar Gottardo e Leônidas seria um sonho!!!! Já disse algumas vezes, que no Museu não somos especialistas em futebol, mas em encontros, resenhas e celebrações. Não estudamos a carreira dos entrevistados antes de encontrá-los justamente para sermos surpreendidos pelas revelações e nos emocionar em tempo real.

Depois que postamos a matéria sempre aparece alguém reclamando “vocês não perguntaram sobre aquele gol perdido???”. Fica para a outra, amigo! O encontro entre os dois monstros da zaga, campeões alvinegros, foi mais um dos capítulos emocionantes desse Museu da Pelada. Ali, durante a entrevista, descobrimos os pontos que uniam aquele período dramático de 21 anos do clube sem título.

Sebastião Leônidas havia sido bicampeão em 67/68 e depois disso, esquece, o Fogão teve que aturar muitas gozações durante 21 longos anos! A escassez só cessou com a chegada do xerifão Wilson Gottardo, que formou uma dupla memorável com Mauro Galvão! E Leônidas era auxiliar técnico de Valdir Espinosa naquele título!!!

Quando o árbitro encerrou o fim da partida, Gottardo disse que só conseguiu dormir cinco dias depois. Leônidas, acostumado aos títulos, dormiu na mesma noite mas com a certeza de que a sua camisa 3 estava muito bem representada pelo pupilo: “Gottardo se entregava em campo e representou como poucos a magia alvinegra”, atestou o mestre. Vinte e um anos sem título. Gottardo pediu que Leônidas escalasse o time bicampeão de 67/68. “Você quer que eu chore?”, perguntou Leônidas. Gottardo sorriu.

Tempo nenhum apagará aquele timaço de sua memória e no alto dos 80 anos, como se recitasse um poema, listou os homens que um dia encantaram o mundo: Moreira, Cao, Zé Carlos, eu, Carlos Roberto e Valtencir, Rogério, Gérson, Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo César Caju.

Obs: título do post é do Bem Blogado

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