A grande mídia e o mercado financeiro querem contaminar o Brasil com o 171 do Coronavírus econômico

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Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, Bem Blogado – 

Está em curso outra grande operação de estelionato que junta meios de comunicação e mercado financeiro. Agora, a turma do 171 na verdade quer atribuir ao novo coronavírus o conto do vigário que vendiam como “retomada econômica’. Mentira imensa.

O que nem conseguiu ser um voo de galinha da Economia já podia ser constatado a partir dos números do último bimestre de 2018, portanto bem antes de a doença surgir na China.
O final de ano foi desastroso para a Economia brasileira. Indústria e serviços desabaram. O comércio de Natal decepcionou até os que apostavam no ilusionismo de Paulo Guedes.




Agora, bancos e consultorias começam a revisar suas previsões para o PIB de 2020, que já não significavam nenhuma maravilha. Dos modestos e ainda assim delirantes 2.5% já fala em menos de 2%. Difícil, e muito, chegar a isso.

Para 2019, apesar de todo arrocho imposto por Guedes, a torcida dos estelionatários agora é para que o índice ultrapasse a barreira da vergonha do 0% e alguma coisa e alcance um miserável 1%. Pibinho de merda, inferior até ao do lamentável Temer ( a propósito, o vampiro e sua corja estão livres e soltos depois de tanta corrupção).

O novo coronavírus vai certamente piorar as coisas, mas a questão central é que o fracasso, o engodo do crescimento aconteceria de qualquer maneira. O mais grave é que para chegar à nulidade da “retomada” Guedes, com o apoio de mídia e Congresso de maioria expressiva da direita, fez um estrago social gigantesco: aprovou-se mudanças previdenciárias assassinas, sufocou-se o Bolsa Família salvador da morte por fome, criou-se fila indecorosa para impedir pagamento de benefícios legítimos de segurados do INSS, sucateou-se o que foi possível de serviços públicos, comprometeu-se presente e futuro, paralisou-se pesquisas fundamentais, enfim, o Brasil regrediu décadas em apenas um ano de neoliberalismo radical e tosco.

Para agravar o quadro, estrangeiros retiram muito mais dólares do que depositam no País. Ué, mas a confiança dos investidores não voltaria um dia depois de que Dilma fosse golpeada? Pilantras, mentirosos. Voltando ao início do texto, repete-se agora a mesma vigarice de quando a tal reforma trabalhista foi vendida como a alavanca indispensável para a volta da formalização do emprego. O que temos hoje?

Persistência do desemprego e a precarização indecente de salários e garantias a quem foi expelido do mercado formal e obrigado e se virar na rua, vendendo pano de prato ou entregando coxinha de bicicleta.

O mesmo fiasco será revelado em pouco tempo da “Nova Previdência”.
A mesma elite econômica que em parte simula constrangimento com a tentativa de Bolsonaro de oficializar uma ditadura apoiou a apoia essa política econômica que empobrece cada vez mais os já pobres.

Por isso, é preciso cuidado quando se fala em “frente ampla” para barrar o fascismo. Na grave conjuntura atual, é necessário sim alargar a fronteira no combate ao fascismo que quer oficializar uma ditadura. Mas as forças de esquerda não podem, em hipótese alguma, abrir mão do enfrentamento às ideias de Paulo Guedes em nome de uma frente.

Que se faça a frente, mas que o setor progressista explique sempre que o totalitarismo caminha de mãos juntas com um projeto excludente que mina os poucos direitos sociais de trabalhadores e pobres.

Bolsonaro e Guedes são almas gêmeas. Sem um avanço contra instituições e povo a conta da política econômica não fecha. As coisas, infelizmente para a população que depende do Estado para sobreviver, vão piorar.

Mas é hora de repetir incansavelmente que deu errado, menos para o mercado, o projeto de Estado e direitos sociais mínimos do neoliberalismo à brasileira.

O problema não nasceu na China. É obra e desgraça de uma visão de quem odeia pobre e que mente compulsivamente na hora em que a realidade desmonta a vigarice criminosa e a farsa é desmascarada.

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