Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, Bem Blogado
O que o Brasil está vivendo nas últimas semanas é um caso que historiadores no futuro vão definir como “a insanidade recordista de um governo”. Não há como definir melhor o que a eleição de um demente à Presidência de uma República pode levar ao risco de morte milhões de pessoas. Não é só o despreparo de sempre de Bolsonaro. Agora, sofremos com a demência assassina.
Não há registro no mundo de um governante tão ignorante no trato da pandemia do novo coronavírus. Mesmo o maluco americano, depois de também minimizar o efeito devastador do vírus, ao menos simula arrependimento.
Aqui, o parceiro jeca de Trump estimula mortes em nome de uma aloprada tentativa de “salvar a Economia”. Todos com mais de dois neurônios sabem que a Economia mundial mergulhará inevitavelmente em grande recessão.
A opção é clara: ou se protege a população, especialmente os mais vulneráveis, ou se viaja no delírio de salvar empresas ou a “Economia’. A última opção é a consumação da tragédia. É aceitar mortes evitáveis de milhões em troca de uma missão impossível.
A negação à ciência e à inteligência são traços há muito conhecidos da corja fascista no Poder brasileiro. Mas não podemos aceitar passivamente a ida ao matadouro encomendada por esses ignorantes.
É hora de fazer muito mais. Não basta apontar os crimes que desmontaram o SUS, o boicote ao Bolsa Família, a perseguição a cientistas etc. Sim, a política saiu do seu trilho normal e é preciso extirpar o mal demente.
É preciso tirar Bolsonaro do poder, em nome da sobrevivência de milhões. A consequência da política de desmonte de programas sociais como o “Mais Médicos” e Bolsa Família serão sentidas tragicamente agora.
É verdade que incompetência administrativa não está entre os motivos constitucionais que permitem o impeachment. É igualmente fato que politicamente o afastamento dentro dos parâmetros legais guindará à Presidência alguém tão desprezível quanto. Mourão é um Bolsonaro de cabelo pintado.
Mas estamos numa situação muito anormal. Não dá para esperar até 2022. Mais quase três anos de Bolsonaro e neoliberalismo extremado destruirão o Brasil.
Não haverá, sem exagero, o que reconstruir. As condições físicas de combate aos dementes são difíceis.
Alguém duvida que se as restrições sanitárias permitissem boa parte do Brasil já estaria nas ruas exigindo a renúncia de Bolsonaro e Mourão?
Mesmo sem direção, boa parte boa povo tomou para si a luta. Os insistentes panelaços dos últimos dias mostram uma inédita, para os anos recentes, disposição de enfrentamento do fascismo. Bairros em que Bolsonaro teve votação expressiva em 2018 estão dizendo não ao insano. Mas é verdade também que ainda é tímido, embora já existente, a manifestação de repúdio nos bairros populares.
Cabe aos partidos e movimentos sociais espraiar, por meio de suas lideranças de bairro, o combate, por enquanto nas janelas.
É preciso denunciar que o desmonte do SUS levará à morte os brasileiros pobres que já não contam com proteção social alguma. É hora de mostrar na prática que a política econômica atual tem como resultado final o cemitério.
É indispensável criar um movimento que torne possível a realização de eleições em todos os níveis. Se for, e deve ser necessário, que um governo provisório conduza o País durante a pandemia do novo coronavírus, que assim seja feito.
A prioridade absoluta é salvar vidas e, isso não será possível com a corja de fascistas imbecis. Haverá, no mundo ideal, a transição até que o País, em termos sanitários, possa decidir seu destino. Mas é inescapável que defender a inação em nome da “sangria” da besta até 2022 é aceitar jogar em cova rasa milhões de brasileiros.
Fora, Bolsonaro e seus ignorantes criminosos!