Dica do pauteiro em tempo integral do Bem Blogado, Jorge Gouvêa. As mulheres brasileiras e de outros páises estão vencendo o preconceito nas Olimpíadas da França. São os casos de Bia Souza, medalha de ouro no Judô, e de Valdileia Martins, classificada para as Finais do Salto em Altura e recordista brasileira, assentada do MST – Movimento dos Sem Terra, com histórico de luta, obstáculos contados aqui (Washington Araújo)
Por Demétrio Vecchioli, compartilhado do UOL, Olhar Olímpico, e do X
“Valdileia Martins, que ontem (02 de agosto) se classificou à final do salto em altura da Olimpíada, é uma assentada do MST.
E sempre escondeu isso de todo mundo. Não por vergonha, mas por medo do preconceito.
Nem seu atual treinador, com ela há seis anos, nem o anterior, que a treinou por 9 anos, sabiam. Souberam por mim, ontem.
Nasceu e cresceu num assentamento.
Aprendeu a saltar em um assentamento. O sarrafo era vara de pescar e, o colchão, sacos de milho recheados de palha de arroz.
Chegar à Olimpíada, mesmo que aos 35 anos, era um sonho que ela e o pai construíram juntos. Queria ir à final olímpica, e foi. Queria ser recordista brasileira, e virou.
Só que Israel Martins, o pai que encheu os sacos de milho para transformá-los em colchão, não viu.
Ele morreu na segunda-feira. Valdineia soube na terça, durante o treino. Pensou em desistir dos Jogos, não tinha clima, acabou a graça. Ficou, pelo pai, que estava orgulhoso dela, no sítio que recebeu pela reforma agrária.
Engoliu o choro, acompanhou o velório por chamada de vídeo, e foi lá fazer o que ela sabe fazer desde que sua Olimpíada era um campeonato escolar em um acampamento do MST.”
Veja aqui o texto na íntegra:
https://twitter.com/Olhar_Olimpico/status/1819669473495801989/photo/1?sfnsn=wiwspwa