Por Carlos Eduardo Alves, jornalista –
A gente tenta ficar muito quieto, mas às vezes a revolta derrota a língua em voto de silêncio. É o caso agora. É um post sobre um tema único mas com duas abordagens. Vai começar pelo óbvia e menos importante. No tempo em que o Jornalismo impresso era tratado com seriedade sempre nas Redações, diria-se que, no texto, o lead, ou seja, o que há de relevante na notícia, está no pé (final) da matéria. Vamos lá.
Trata-se da surpresa e da indignação idiota da mídia sobre o atestado de lisura democrática que o Exército passou a Pazuello, o muar medalhado.
Em que mundo vivem os jornalistas e analistas que enxergam qualquer compromisso das Forças Armadas com Democracia, legalidade ,inteligência e modernidade?
Então, os anjinhos acham que há algum resto de civilidade nas ações dos milicos brasileiros? Esqueceram, quando pregam o hipócrita “militar não pode participar da Política”, do tuíte do general Villas Boas ameaçando o STF caso Lula saísse da prisão? Ou os coturnos eram democráticos daquela vez?
Alguém desconhece que os militares, no governo do genocida principalmente, estão se banqueteando no erário público, usurpando salários e cargos que jamais poderiam ocupar por falta de capacidade ou conhecimento?
Se os postos de confiança com que a gestão homicida contemplou seres rudimentares pero fardados fossem por lei preenchidos obrigatoriamente por qualquer critério que privilegiasse o veto à ignorância, alguém acha que a profusão de milicos em funções civis estaria nas mãos de tantos imbecis?
Alguém já se esqueceu que na Reforma da Previdência que custa tanto a outras categorias e aos pobres os milicos foram os únicos a garantir ganho salarial e de carreira? Notem que não se fala aqui da idolatria na caserna a assassinos e torturadores como Brilhante Ustra.
As indignidades citadas são mais recentes.
Os milicos brasileiros são acima de tudo ignorantes no sentido exato da palavra, com, num exercício de eventual imensa generosidade, microscópicas exceções.
Não estudam nada de últil a não ser manuais da Guerra Fria dos anos 60. O padrão é o genocida Bozo e o poço de ignorância de Augusto Heleno e da anta que, na Saúde, levou ao cemitérios de covas rasas centenas de milhares de brasileiros na pandemia.
Autorizam agora o uso de cínicos para rotulá-los.
Vamos, finalmente, ao que interessa depois que o Jornalismo inocente foi surpreendido pela passada de pano no muar medalhado. As Forças Armadas e as Polícias Militares não vão aceitar a derrota do genocida em 2022.
A mamata não pode ser retirada. Onde já se viu imaginar um governo em que generais e coronéis pançudos não estejam pendurados até nos lustres de todo prédio importante da administração pública?
Como pensar em emagrecer os contracheques dessa gente tão do bem que é abnegada na missão de forjar uma Pátria sem corruptos e comunistas? Não, Bozo contará com toda essa esfuziante gente armada e ignorante para tentar o golpe.
Sabe que nem distribuindo dinheiro em bombardeios monetários poderá enfrentar Lula. Acresça-se a esse bando oficial repressivo e cruel , milicianos, atiradores e o pessoal dos clubes de tiro e caça, cada dia mais armados.
A ignorância não tem limites também no tamanho.
O que isso tudo significa? Que somente a denúncia desde já do aparato opressor treinado para 2022 e, principalmente, a criação de um cordão sanitário imenso e amplo impedirá que os fascistas não tentem desrespeitar as urnas que, tudo indica, levarão os genocidas para a lata de lixo não-reciclável da História.
O pesadelo brasileiro exige a união em termos mínimos e o piso é encurralar o fascismo. Nas ruas, quando a pandemia permitir, e na labuta cotidiana.
Os fascistas não vencerão no grito. Ah, e menos inocência quando se falar os militares brasileiros.