Professor Alexandre Rosa
O Brasil constituiu uma cultura, a partir do desejo das oligarquias patriarcais nos Estados, de transformar seus filhos em doutores: advogados, médicos e engenheiros. Os famosos do “sabe com quem está falando?”
Desses doutores, destacamos os advogados. Delegados, juízes, desembargadores, jornalistas, prefeitos, vereadores, deputados, fazedores de lei são alguns adjetivos do “sabe com quem está falando?” Foram eles que conduziram a formação da república brasileira. Eles estenderam os domínios e interesses privados de suas famílias para o Estado. As leis e as instituições têm um dedo dos bacharéis em direito, pois a mão é das velhas oligarquias.
O modus operandi é uma expressão em latim que significa “modo de operação”, na tradução literal para a língua portuguesa. Esta expressão determina a maneira que determinada pessoa ou organização utiliza para trabalhar ou agir, ou seja, as suas rotinas e os seus processos de realização.
“Grupos paramilitares”, “polícia paga” e “poder paralelo” são alguns dos termos utilizados para tentar descrever a atuação das milícias no Brasil. Hoje, elas se infiltram no Estado e aumentam cada vez mais sua influência a ponto de eleger um presidente da república. Sim. O presidente e seu clã são o braço político das milícias da zona Oeste do Rio.
Misture os dois modus operandi: milícias e “o sabe com quem está falando?” e chegaremos ao atual cenário do poder no Brasil. Crivella e Bolsonaro tem um modus operandi que mistura leis e milícias. Ameaças e uso das leis a seus favores.
É uma encruzilhada que retomou seu lugar na política brasileira e com força. O Homem da capa preta saiu das telas e ocupou o Planalto. Como escapar deste desastre?