Por Moisés Mendes, via João Lopes, Facebook –
A oposição argentina está fazendo uma denúncia que os brasileiros conhecem bem. Parte do judiciário do país foi sequestrada pela direita, que amplia a perseguição aos adversários do governo Macri, principalmente os ligados à ex-presidente Cristina Kirchner.
Li no Página 12 que agora à noite a Unidade Cidadã, o grupo de oposição liderado por Cristina, emitiu uma nota em que acusa Macri de articulação com a Justiça no caso da prisão do ex-vice-presidente Amado Boudou, acusado de corrupção e obstrução de Justiça. A prisão, como se banalizou no Brasil, é preventiva.
A nota diz: “O governo do presidente Macri está utilizando o poder judiciário para perseguir os dirigentes da oposição”. E acrescenta que o juiz Ariel Lijo, que mandou prender Boudou hoje à noite, é o mesmo que trata do processo do envolvimento de Macri e sua família num escândalo com os Correios.
A família de Macri quebrou os correios (que exploravam como grupo privado) e deixou uma dívida de US$ 256 milhões. O atual presidente decidiu que a dívida com o governo deveria ser anistiada (mais de 90% do total).
Um Macri anistiou os Macri. Mas não pergunte quem da família deles está preso. Lá não prendem os Macri, como aqui não prendem tucanos.
A nota emitida pela Unidade Cidadã diz ainda: “Denunciamos a delicada situação que atravessa a democracia argentina, onde foram atacados (ou foram extintos) o estado de direito e a divisão dos poderes”.
O que está claro é que uma máfia se apoderou do governo e de parte importante da Justiça na Argentina. Qualquer semelhança com o Brasil do golpe e da Lava-Jato não terá sido mera coincidência.
O Judiciário é a grande trincheira da direita na América Latina. E vem mais
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