Por Carlos Eduardo Alves, Facebook –
Morreu Carlos Eduardo Maranhão, aquele carioca usuário de crack que ficou conhecido recentemente. Primeiro, meu xará Cadu apareceu em vídeo, salvo engano dos Jornalistas Livres, que viralizou. Lá, de maneira articuladíssima expunha sua vida na Cracolândia de SP e questionava a abordagem higienista do prefeito Doria para a questão. Duas semanas atrás, Cadu foi reconhecido por antigos colegas do tradicional Colégio Santo Inácio, do Rio, resgatado por eles e internado em uma clínica, com sua concordância.
O Cadu carioca deixa algumas lições: crack faz tempo atinge todas as classes, não deve ser tratado como questão policial e é destruidor. Lança também uma dúvida que escapa ao desconhecimento de leigos como eu. Sabe-se que estava numa crise muito forte de abstinência. O Cadu inteligente daquele vídeo pode ter morrido por causa das sequelas da vida de rua e crack, sim. Mas cabe também, para quem é da área, aprofundar o estudo e a discussão sobre a eficiência dos vários tipos de tratamento para usuários de crack. De concreto, apenas a tristeza da morte de uma pessoa que, paradoxalmente, foi embora quando procurava retornar à vida.