A noite em que a Alesp rendeu-se em homenagem ao Padre Julio Lancellotti

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Quando foi anunciada a homenagem ao padre #JulioLancellotti, o religioso, que viu e ouviu tantas atrocidades serem ditas e decididas no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, disse que iria receber o Colar de Honra ao Mérito para falar o que poucos deputados gostariam de ouvir. Falaria a verdade. No entanto, no noite de quinta-feira (4), ao receber a maior honraria concedida pela #Alesp ele teve de escutar.

Por Adriana do Amaral, compartilhado de Construir Resistência




Na mesa estendida, cada convidado, parte seleta da parte “de baixo e da esquerda” da sociedade brasileira, se emocionou e emocionou o religioso. Foram mais de duas horas de testemunhos de vida e de luta. Personalidades políticas, religiosas e representantes do Povo da Rua que, em suas homenagens individuais, relataram momentos históricos recentes e sobre a convivência com o religioso.

Dois deles resumiram um pouco sobre a personalidade do religioso e como suas ações ao longo das décadas interferem em outras vidas. O sheik Rodrigo Jalloul, muçulmano, que contou beber na fonte do padre católico e, ao seguir os seus passos, voltou-se ao povo oprimido e do advogado Luiz Eduardo Rodrigues Greenhalgh, que relatou que muitas vezes, ao defender o religioso, não foi capaz de minimizar o sofrimento do padre em tantas ações que defendeu.

Não foi uma noite de discursos. Todos renderam homenagens e ao mesmos tempo contaram um pouco de si. Comprovaram que padre Julio mereceu a homenagem concedia a pessoas que destacam-se ao contribuir com o desenvolvimento social, cultural e econômico do Estado de São Paulo.

Ao abrir os trabalhos, o Deputado Federal Luiz Fernando Teixeira (PT-SP) anunciava que todos presenciariam uma aula que mostraria para o mundo, através da #TVAlesp, a importância da obra de vida de padre Julio Lancellotti. Segundo ele, o religioso fez o papel do Estado durante a #pandemia da #Covid. O que se viu na sequência foi lindo.

A homenagem partiu da iniciativa do presidente do #GrupoTorturaNuncaMais, Ariel de Castro Alves. Ele relembrou feitos em conjunto com o religioso em defesa do menor em vulnerabilidade.

Padre Julio não pode levar os carroceiros e moradores em situação de rua com ele, como pretendia. Isso, porque a seção foi restrita a convidados e porquê à noite o Povo da Rua precisa encontrar “um papelão” e lugar seguro para dormir.

Ele pediu empenho dos deputados na proteção social dos povo oprimido e também a realização de um censo estadual da População em Situação de Rua. Também, que um dia aquele plenário, em nova seção, se abra para o Povo da Rua, num novo encontro, para debater os problemas dessas pessoas.

Estava lá, o “foguinho” como foi dito e repetido de um texto de Eduardo Galeano, atiçando a esperança de dias melhores. Estavam lá, alguns dos homens e mulheres que ousaram e ousam se indignar contra a miséria, a exclusão social, o apartheid, o genocídio de uma sociedade aparofóbica.

Pena que não deu tempo para o Senador, vereador por São Paulo, Eduardo Suplicy cantar no final…

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