Guerra Russia-Ucrânia foi uma das pautas do encontro entre Lula e Olaf Scholz; veja o que disse o presidente brasileiro sobre o tema
Por Ivan Longo, compartilhado de Revista Fórum
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (30), Olaf Scholz, chanceler da Alemanha. O encontro marca mais uma etapa importante da reinserção do Brasil no cenário internacional, visto que o país governado por Scholz é a maior economia da Europa e tem interesses em estabelecer parcerias, principalmente na questão ambiental e de mudanças climáticas.
“Estamos muito felizes com o Brasil de volta à cena mundial. Vocês fizeram falta, meu caro Lula”, disse Scholz, que faz parte do SPD, o Partido Social-Democrata alemão, logo após a reunião bilateral.
Um dos assuntos tratados no encontro foi a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura quase 1 ano. A Alemanha, que diante do conflito deixou de contar com o gás russo, adota posição de apoio aos ucranianos e, na última semana, pediu ao governo brasileiro que doasse munições a serem utilizados em tanques contra os russos na guerra.
O governo Lula já havia negado o pedido e informado que não entraria nesta guerra, nem mesmo indiretamente, mantendo sua posição de neutralidade. Já nesta segunda-feira, ao lado do chanceler Olaf Scholz, o presidente brasileiro reforçou essa posição, apesar dos apelos do alemão.
Em dado momento da coletiva de imprensa, Scholz declarou: “É importante enfatizar que essa guerra não é uma questão europeia, mas uma questão que nos diz respeito a todos, pois é uma violação flagrante do direito e da ordem internacional que acordamos em conjunto. Ninguém pode alterar fronteiras de forma violenta, isso pertence ao passado. A soberania dos Estados é inviolável, é algo que nos une e deve ser novamente nosso objetivo. Temos que nos unir nessa questão para evitar o retorno à lei do mais forte”.
Scholz não chegou a verbalizar, ao menos na coletiva de imprensa, o pedido que seu governo havia feito a Lula de enviar munições para serem usadas na guerra, mas jornalistas perguntaram sobre o tema. O presidente brasileiro, então, deixou claro, mais uma vez, que o Brasil só se envolverá com negociações de paz, e não contribuirá de maneira alguma com o conflito armado.
“O Brasil não tem interesse em passar munições para que seja utilizadas na guerra entre Ucrânia e Rússia. O Brasil é um país de paz. O último contencioso nosso foi na Guerra do Paraguai, e portanto o Brasil não quer ter qualquer participação, mesmo que indireta. Neste instante, no mundo, nós devemos procurar quem é que pode ajudar a encontrar a paz entre Rússia e Ucrânia. Nós precisamos encontrar alguém, porque até agora a palavra paz é muito pouco utilizada”, declarou.
Assista à fala de Lula sobre o tema
Lula faz Brasil retomar protagonismo no cenário global e, de forma corajosa, reforça sua negativa ao pedido da Alemanha de enviar munições para serem usados pela Ucrânia na guerra com a Rússia.
— Ivan Longo (@ivanlongo_) January 30, 2023
Abaixo a fala de Lula sobre o tema, ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz 👇 pic.twitter.com/OvpRuwRNGF