A imprensa do Piauí preocupou-se ontem em destacar a Carta do Progressistas – primeira peça da campanha de Ciro Nogueira ao governo do Piauí em 2022.

Que eu tivesse conseguido registrar, nenhum renomado jornalista piauiense escreveu sobre as ameaças do presidente eleito Jair Bolsonaro ao exercício do jornalismo.




Não retrocederei muito tempo. Eleito no domingo, presidente do Brasil, logo no dia seguinte Bolsonaro já dava os sinais claros de quanto valoriza a liberdade de expressão: o capitão reformado escolheu como seu primeiro alvo a Folha de São Paulo e, em pleno Jornal Nacional, disse que o periódico paulista não terá acesso a recursos públicos, porque distribui “notícias falsas” – ou seja, as notícias que o desagradam.

Na terça-feira era esperado uma reação da própria Folha de São Paulo, de outros órgãos de imprensa e de entidades da área. Mas, vou roubar um termo do jornalista Renato Rovai, eles foram de um ‘bundamolismo’ sem igual.  Foi preciso alguns jornalistas como Reinaldo Azevedo, Alex Solnick, Vera Magalhães e outros se expressarem, porque, as empresas envolvidas e as entidades representativas que em outras oportunidades vociferavam a plenos pulmões, acovardaram-se.

Imagina os editorais de primeira página dos jornalões brasileiros se Lula ou Dilma, quando foram eleitos, tivessem feito ameaça semelhante?

O PT durante seus governos falou em regulação da mídia e apanhou muito. Aqui no Piauí foram escritos muitos artigos de jornalistas criminalizando o Partido por uma medida que para ser concretizada, obrigatoriamente, precisaria ser aprovada pelo Congresso Nacional. Com Bolsonaro, todos estão caladinhos da Silva tal qual a imprensa nacional.

O consumidor de comunicação do Piauí (e do Brasil ) precisa entender que a tal isenção jornalística foi uma bem inventada “fake news”.

O candidato ao governo do Piauí pelo partido de Bolsonaro, Fábio Servo, durante a campanha, também fez duras críticas à imprensa do Piauí. Também, todos calaram.

São os novos tempos. Tempos Bolsonaro!