Por Fernando Brito, Tijolaço –
O advogado de Eduardo Cunha dá uma explicação sobre as contas na Suíça que é um deboche à inteligência humana.
“Ele não tem conta corrente em outros países e isso é absolutamente simples de entender. Eduardo Cunha, na verdade, faz parte de um truste, de um fundo, do qual é tão somente beneficiário. Ele não sabe onde esse fundo tem contas, onde aplicam o dinheiro, ele não administra nada”, disse à Folha Marcelo Nobre, que defenderá o presidente na Câmara no Conselho de Ética.
Nobre, diz a coluna de Monica Bergamo na Folha, afirma que Cunha está na mesma situação de “alguém que tem um PGBL, fundo de previdência” : “A lei não obriga que esse fundo seja declarado no Imposto de Renda. Quando a pessoa retira os recursos, aí sim, paga todos os impostos”.
Primeiro, alguém tem de avisar ao doutor que tem de declarar, sim, no IR, na área de bens e direitos e tem até código específico para isso. Eu, que não sou um Eduardo Cunha, junto um suado dinheirinho em um, do Banco do Brasil, desde 1999, para complementar a aposentadoria, se um dia ela vier.
Mas a história do fundo é inacreditável. Primeiro, se Cunha tivesse aplicado em um Fundo – que tem registro e personalidade jurídica própria – isso teria de aparecer e não uma offshore fantasma. Depois, se Cunha remeteu dinheiro ao exterior, para investir num fundo, teria de ter declarado.
E, finalmente, o sr. Cunha estaria obrigado a fazer a declaração anual de Capitais Brasileiros no Exterior, instituída em 2007, que é ” obrigatória para residentes no País detentores de ativos (participação no capital de empresas, títulos de renda fixa, ações, depósitos, imóveis, dentre outros) contra não residentes que totalizem montante igual ou superior ao equivalente a US$100.000,00 (cem mil dólares dos Estados Unidos) no último dia de cada ano”, segundo o Banco Central.
O prazo para declarar os saldos em 2014 terminou no dia 6 de abril.
A cara de pau desta turma é inacreditável.
E os moralistas histéricos, em relação a ele, seguem mansos como cordeirinhos.