A prisão de Ola Bini como elemento para turbinar a acusação de Assange

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Por Alfeu ESF, publicado em Jornal GGN – 

Um festival de arbitrariedades tomou conta dos países envolvidos (EUA, Grã-Bretanha e Suécia). Ola Bini é um ativista que luta pelo direito à privacidade, além de ser um dos programadores mais respeitados mundialmente

Foto: © Idg

Desde que se iniciou a perseguição de Julian Assange por causa da divulgação de documentos secretos do governo norte-americano, um festival de arbitrariedades tomou conta dos países envolvidos (EUA, Grã-Bretanha e Suécia), onde aparentemente eram lugares na qual a democracia era estável e sólida. Se inicia com o processo do Ministério Público sueco, passando pelo cerco da embaixada equatoriana, onde o fundador do Wilileaks se asilou, feito pela polícia londrina impedindo-o de sair e seguir rumo a outro país e que termina com a suspensão do asilo político pelo governo do Equador seguido da entrada da polícia metropolitana na embaixada. A partir daí uma nova etapa começa a ser construída que vem a ser a da narrativa para a criminalização de Assange; de editor do Wikileaks para de um “hacker” querendo invadir sistemas  de computadores governamentais, dando a entender que ele conseguiu esses documentos secretos dessa maneira.

Um dia após Julian Assenge ser capturado, vem a notícia da prisão de Ola Bini. Sueco de nascimento, Ola Bini é um ativista que luta pelo direito à privacidade, além de ser um dos programadores mais respeitados mundialmente. Morava em Quito, e quando estava na Inglaterra por diversas vezes visitou Assange na embaixada equatoriana. Na sequencia, a trágica pantomima vem acompanhada da imbecilidade característica como vemos diariamente aqui no Brasil. A ministra do interior Maria Paula Romo vem a publico justificar a prisão de Ola Bini, que vai ficar ilegalmente por 90 dias enclausurado. Diz ela que o ativista-programador invadia computadores mas que não sabia se eram particulares ou governamentais, porém fazia questão de destacar que de qualquer forma havia detectado um crime. A ministra a cada frase dita se justificava dizendo que eram apenas indícios e suspeitas, mas sabemos muito bem que através dos microfones, das telas e dos jornalistas da mídia corporativa conservadora Bini já recebeu o carimbo na testa de terrorista, e que será exaustivamente explorado até atingir o senso comum.

A prisão de Ola Bini é um daqueles tiros que a direita gosta de dar, que ao mesmo tempo acerta diversos alvos. Um deles reforça a subserviência do Equador, que já foi um país até pouco tempo atras, aos Estados Unidos; na declaração da ministra foi introduzido dois russos, ingrediente que não poderia faltar, como “hackers” reforçando a narrativa de um grupo comandado pro Assange, além disso muitos analistas indicam que esta prisão é uma cortina de fumaça diante de acusações cada vez mais sérias de corrupção de Lenin Moreno, o presidente do Equador.




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