Por Tibério Canuto, Facebook
A Espanha racista não é a de Ortega e Gasset, é a de Franco. É a Espanha de Torquemada, não a de Cervantes. Tampouco é a Espanha de Miguel Unamuno. É a Espanha do general Milán Astray berrando “Abaixo a inteligência, viva a morte!” Não é a Espanha de La Pasionária, de Pablo Picasso, Salvador Dali e Garcia Lorca. É a Espanha dos falangistas, da Divisão Azul que lutou ao lado de Hitler.
A Espanha covarde, intolerante, é a que vai para o estádio de futebol não para torcer pelo seu time, mais para soltar seu canto cavernoso e liberar seus instintos mais primitivos de racismo. E essa Espanha ainda se julga civilizada e de uma raça superior. Sim, Os que xingam de “monos” jogadores negros se julgam a raça eleita por Deus, assim como os arianos de Hitler se julgavam uma raça superior.
A Espanha que pela nona vez foi palco de ato racista contra Vinícius Junior é mesma que exterminou Incas, Maias e Astecas. Não é a de Jorge Semprun, Carlos Saura e Santiago Carrilho. Tampouco a de Guardiola, Gento e Iniesta.
Não é a bandeira da liberdade empunhada pelos republicanos na guerra civil espanhola. É a Espanha apoiada pelos camisas negras de Mussolini. É a Espanha franquista. É o horror de Guernica destruídas pelo bombardeio fascista.
Essa Espanha tétrica só saiu das cavernas para a luz do dia extravasar seu racismo nos estádios de futebol porque se sente estimulada pela impunidade. E pelo silêncio cúmplice de uma sociedade que deixa crescer em seu ventre o mesmo racismo da Alemanha hitlerista. Antes eram os judeus a sub-raça. Agora são os negros.