Por Andréa Martinelli, compartilhado de Huffpost Brasil –
Eles precisam estar expostos ao vírus e, em sua maioria, são profissionais da saúde que estão atuando na linha de frente da pandemia.
Diante da pandemia do novo coronavírus, profissionais de saúde foram colocados à prova e viram sua rotina de trabalho mudar radicalmente. Para uma parte deles, no entanto, acompanhar de perto a dor dos pacientes foi o gatilho para que seus esforços fossem além, se oferecendo como voluntários nos testes para uma vacina contra a covid-19.
Nestes casos, além do reforço no uso de equipamentos de proteção individual e da higienização no dia a dia, consultas médicas periódicas, medição da temperatura e até o preenchimento de um diário fazem parte do “novo normal”.
″É uma roleta russa [a doença]. Eu não tenho fator de risco, mas já vi pacientes com o mesmo perfil que evoluem mal e chegam a óbito. É um preço que eu não estou disposto a pagar e não quero que outros paguem”, diz Fábio Jennings, 46, médico reumatologista. Ele trabalha na linha de frente do combate à doença no HSP (Hospital São Paulo), ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), e é voluntário nos testes da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca.
A vacina começou a ser testada no Brasil na semana de 22 de junho. Além dos 2 mil voluntários em São Paulo, onde o ensaio é financiado pela Fundação Lemann, também participam voluntários no Rio de Janeiro, onde os testes são bancados pela Rede D’Or, e em Salvador. Todo o estudo no Brasil é liderado pela Unifesp. No total, serão 5 mil voluntários.
O médico reumatologista diz que se sentiu “dentro de um furacão” desde que a crise sanitária se impôs. Ele defende que é função dos profissionais da saúde como um todo “ajudar a ciência a encontrar respostas” e, por isso, se candidatou. Ele havia se inscrito há três semanas, passou por testes clínicos e foi chamado para tomar a dose da vacina na última segunda-feira (13).