Por Antonio Vergueiro* –
Matar ou ferir inocentes está cada vez mais na moda. Deve haver algum tipo de competição para saber quem confunde o objeto mais idiota.
Furadeira, macaco hidráulico, skate… Será que em breve policias militares irão confundir maçã com Granada?
Como deve ser o treinamento desses caros policiais? Quem está trabalhando para nos proteger de marginais não pode se dar ao luxo de confundir objetos inofensivos com armas.
O primeiro caso, em que eu me lembro, foi o do rapaz que foi baleado e morto em 2010 por estar em sua varanda pregando, com uma furadeira, uma lona para se proteger da chuva. A esposa também estava no local, regando as plantas quando um policial que fazia patrulha no morro do Andaraí ( RJ ) o matou, confundindo sua furadeira com uma arma de fogo.
Esse policial foi absolvido das acusações, pois foi levado em conta a luminosidade, a distância e as plantas que atrapalhavam a visão. Mais recentemente, um outro policial confundiu um macaco hidráulico com uma arma de fogo. Dois jovens estavam em uma moto, andando por uma rua do bairro da Pavuna, também no RJ, e na garupa levavam o objeto. O policial, sem pensar duas vezes, atirou nos jovens, que perderam o controle e bateram num muro. Os dois morreram.
Para encerrar a saga destes “objetos mortais“, estrelando policias militares do Rio de Janeiro, um soldado que trabalhava na UPP – Unidade Polícia Pacificadora do Vidigal, no Leblon, avistou dois jovens comprando maconha e depois os viu sentados em uma pedra para fumar a droga. Um dos garotos avistou o policial e se assustou, mexendo o braço em que segurava o skate. O policial sacou a arma e deu um tiro no rapaz. O “preparado” soldado confundiu seu skate com uma arma de fogo. O tiro pegou de raspão no braço direito. O ferido foi medicado e liberado no hospital Miguel Couto, na Gávea.
* tem 15 anos e não quer ficar com medo quando avistar um policial.