Publicado no Blog Algo a Dizer –
Em 2015, tudo mudou.
Os contingentes engajados no protesto não escondem sua filiação à direita. Estão mais próximos das fisionomias políticas que mostraram seus rostos nas chamadas Revoluções Coloridas do Leste Europeu ou ainda nas jornadas da oposição golpista, na Venezuela.
O que aconteceu hoje marca apenas o início de uma escalada. Quem está em perigo, a partir desse sinistro dia 15 – mais que o atual governo – são as instituições democráticas no país.
Nas pistas da Avenida Paulista marcharam homens e mulheres ausentes de qualquer apreço pelos poderes da República, sejam o executivo, o judiciário ou o legislativo. Uma gente autoritária que não hesitou em seqüestrar o hino, a bandeira e as cores pertencentes a todos os brasileiros.
Esta espiral de intolerância só pode ser detida pela ampla unidade de todas as correntes democráticas do país. Que a oposição não incorra no mesmo erro de personalidades como Carlos Lacerda e Ademar de Barros, políticos engajados na urdidura do golpe de 1964, posteriormente tragados pelo movimento ao qual pretenderam dar direção.
Não se enganem os brasileiros. O espectro que ronda a atual crise é o do fascismo.
Marcelo Barbosa
Advogado, doutor em Literatura Comparada pela UERJ e diretor-coordenador do Instituto Casa Grande