Por Paulo Faria (Paul), correspondente do blog em Londres, em viagem a Praga –
Duas placas de bronze enfeitam o pé da estátua de São João Nepomucemo na Karlův most (ponte de Carlos) em Praga. A estátua marca o local de onde o santo foi arremessado no rio Vlatava em 1393, o que resultou em sua morte. A placa da direita retrata os últimos momentos do santo, com soldados do rei Venceslau segurando-o sobre o parapeito, prestes a jogá-lo n’água. Reza a lenda que esfregar a mão no santo eternizado antes do tchibum fatal traz boa sorte e o visitante de volta à cidade. A placa da esquerda mostra a rainha ajoelhada em prece, vigiada por um guarda e seu cão em primeiro plano. O cachorro, assim como o santo ao lado, brilha de tanto afago recebido por uma infinidade de mãos durante séculos (a estátua e placas foram inauguradas em 1693, 300 anos após sua morte). Só que ao contrário do santo, que traz sorte e o retorno à Praga, esfregar o cachorro não passa de um pega-trouxa ignorante da história do santo, da estátua e do lugar; turista desavisado que entra na onda só porque viu uma multidão formar fila pra fazer a mesma idiotice. Bom, me disseram (não vou revelar quem) que deveria esfregar o cachorro também. Uma pesquisinha básica me disse que isso é balela: não significa nada, garantem os órgãos oficiais. Mas valeu a intenção e espero um dia poder repetir a experiência; inclusive pagar o mico de pegar fila pra dar uma polidinha no cachorro.
Em tempo: a cidade estava abarrotada de gente e se a foto não dá essa impressão é porque foi tirada às 5 da manhã. A única forma de poder apreciar os monumentos em relativa paz e privacidade foi pular da cama às 4 da manhã. Valeu muito a pena.