A sociedade não se automobiliza, por Francisco Celso Calmon

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A sociedade civil não tem organização que lhe possibilite o protagonismo, sem que as maiores lideranças a convoquem para a ação. 

Por Francisco Celso Calmon, compartilhado de Jornal GGN




(Antonio Cruz/Agência Brasil)

Presidente Lula, presidenta Gleisi, as caravanas da cidadania precisam ser retomadas.

“Ou a gente participa ou a extrema direita vai voltar com muita força, não apenas no Brasil, mas em muitos outros países. Significa que vocês, além de agentes reivindicadores, têm que ser agentes formuladores e agentes participativos. É mais que reivindicar. É participar. É mais que reivindicar. É ajudar a fazer”. Declarou Lula em recente encontro, 02/12, com representantes de 135 entidades da sociedade civil brasileira, na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas – a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

A sociedade civil não tem, lamentavelmente, organização que lhe possibilite o protagonismo, sem que as maiores lideranças a convoquem para a ação. 

E entre as maiores lideranças está, como pule de dez, Lula. Sem ele, nem mesmo o PT e demais partidos de esquerda conseguem mobilizar as massas.

“O governo Lula deve atuar em modo de campanha permanente, e o partido organizando, reavivando os comitês de luta, para travar a disputa política”, disse, em resumo, Gleisi Hoffmann, na entrevista lúcida e propositiva ao Brasil247.

E termina afirmando que a disputa política será renhida com a extrema-direita.

Entretanto e não obstante a lucidez, o PT e os movimentos sindicais estão burocratizados, produtos do longo tempo no qual a práxis da luta de classes foi anatemizada e a militância enferrujou.  

Os auditórios e as salas fechadas retiraram os militantes das ruas.

As picanhas ainda não subiram os morros acompanhadas de assistência política formativa.

Não há lideranças locais que exercitem a mobilização, seja na forma de passeatas e ou comícios; as juntas dos esqueletos dos ativistas necessitam de óleo ideológico e sebo político para engrenaram nessa renhida refrega contra a extrema-direita.

As velhas lideranças ainda sufocam as emergentes. As renovações estão lentas e viciadas com os mesmos métodos. 

A direita golpista conspira permanentemente para golpear a democracia. É a história que nos ensina. Ficar esperando para depois lamentar, criticar e exigir autocrítica, é demonstração de atraso visceral.

As eleições municipais de 2024 requerem muito mais do que as eleições anteriores.

Nas próximas a conquista de votos devem estar associadas a organização e conscientização da população sobre o risco que a democracia corre no Brasil e alhures pelo movimento neofascista.

A responsabilidade de cada candidato será perante a história. 

O dever dos partidos democráticos é orientar nesse sentido.

“Ou a gente participa ou a extrema direita vai voltar com muita força” (Lula).

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.

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