A sociedade civil não tem organização que lhe possibilite o protagonismo, sem que as maiores lideranças a convoquem para a ação.
Por Francisco Celso Calmon, compartilhado de Jornal GGN
Presidente Lula, presidenta Gleisi, as caravanas da cidadania precisam ser retomadas.
“Ou a gente participa ou a extrema direita vai voltar com muita força, não apenas no Brasil, mas em muitos outros países. Significa que vocês, além de agentes reivindicadores, têm que ser agentes formuladores e agentes participativos. É mais que reivindicar. É participar. É mais que reivindicar. É ajudar a fazer”. Declarou Lula em recente encontro, 02/12, com representantes de 135 entidades da sociedade civil brasileira, na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas – a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A sociedade civil não tem, lamentavelmente, organização que lhe possibilite o protagonismo, sem que as maiores lideranças a convoquem para a ação.
E entre as maiores lideranças está, como pule de dez, Lula. Sem ele, nem mesmo o PT e demais partidos de esquerda conseguem mobilizar as massas.
“O governo Lula deve atuar em modo de campanha permanente, e o partido organizando, reavivando os comitês de luta, para travar a disputa política”, disse, em resumo, Gleisi Hoffmann, na entrevista lúcida e propositiva ao Brasil247.
E termina afirmando que a disputa política será renhida com a extrema-direita.
Entretanto e não obstante a lucidez, o PT e os movimentos sindicais estão burocratizados, produtos do longo tempo no qual a práxis da luta de classes foi anatemizada e a militância enferrujou.
Os auditórios e as salas fechadas retiraram os militantes das ruas.
As picanhas ainda não subiram os morros acompanhadas de assistência política formativa.
Não há lideranças locais que exercitem a mobilização, seja na forma de passeatas e ou comícios; as juntas dos esqueletos dos ativistas necessitam de óleo ideológico e sebo político para engrenaram nessa renhida refrega contra a extrema-direita.
As velhas lideranças ainda sufocam as emergentes. As renovações estão lentas e viciadas com os mesmos métodos.
A direita golpista conspira permanentemente para golpear a democracia. É a história que nos ensina. Ficar esperando para depois lamentar, criticar e exigir autocrítica, é demonstração de atraso visceral.
As eleições municipais de 2024 requerem muito mais do que as eleições anteriores.
Nas próximas a conquista de votos devem estar associadas a organização e conscientização da população sobre o risco que a democracia corre no Brasil e alhures pelo movimento neofascista.
A responsabilidade de cada candidato será perante a história.
O dever dos partidos democráticos é orientar nesse sentido.
“Ou a gente participa ou a extrema direita vai voltar com muita força” (Lula).
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.
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