A Terra mais próxima do Sol neste sábado

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Por Ulisses Capozzoli, jornalista
Você não percebeu, a menos que tenha sido afetado por um efeito psicológico produzido pela informação, mas neste segundo dia de 2021, às 10h41 (horário oficial de Brasília) a Terra atingiu a maior proximidade do Sol (periélio) em sua órbita elíptica, algo como um anel ligeiramente achatado.
Nesse momento, a distância entre os dois corpos foi de aproximadamente 147.095.525 km. Com velocidade média de translação (giro em torno do Sol que num período de 365,4 dias produz o ano, ou ano civil) de 108 mil km por hora, a Terra estará 3.600 km mais veloz, em comparação com o afélio, (máximo afastamento do Sol) que ocorre às 19h27 de 5 de julho próximo.
É comum pensar que o periélio e afélio estão por trás das estações do ano, o que é um equívoco. As estações do ano resultam da inclinação do eixo de rotação da Terra (aproximadamente 23,5º) em relação à eclíptica, o plano de órbita da Terra (e dos demais planetas com alguma variação) em torno do Sol.
A variação no diâmetro aparente do disco solar por essa aproximação-afastamento em torno de 5 milhões de km (12 vezes a distância da Terra-Lua) é reduzida o suficiente para não ser percebida a olho nu, até pela impossibilidade da observação direta do disco aparente do Sol.
O diâmetro solar, de aproximadamente 1,4 milhão de km, evidentemente se mantém (ainda que o Sol também tenda a se distender), então, o que varia no periélio-afélio é a distância física entre os dois corpos, produzindo uma imagem maior ou menor do Sol, a exemplo do que ocorre com um observador e um carro, por exemplo. Um carro aparentemente é menor à distância maiores, mas maior à medida que a distância com um observador diminui.
A observação de uma noite escura, repleta de estrelas, dá uma sensação de um céu sem movimento. Estrelas, de diferentes cores e luminosidade, o que indica a idade de cada uma delas e a massa que contem (quanto mais massivas, mais brilhantes, dependendo da distância para um observador) parece constantes, mas isso também não é real.
Estrelas azuis e brancas (como Sirius, do Cão Menor, a mais brilhante do céu, são jovens e podem ter embriões de sistemas planetários, aglomeração de gases e poeira se aglutinando para formar sistemas planetários.
Já estrelas amareladas como o Sol são mais velhas e estrelas avermelhadas, como Antares, o “coração” do Escorpião, estão em agonia, próximas à morte ou já mortas, com a diferença de a fulguração de sua explosão final estar viajando pelo espaço-tempo, sem ter tido tempo para atingir observadores na Terra.
O que não significa dizer que não possam sensibilizar a detecção por outras inteligências no corpo gigantesco da Galáxia, a Via Láctea, o enxame estelar de aproximadamente 200 bilhões de estrelas, de que o Sol é apenas uma e de massa comparativamente insignificante.
A Via Láctea, como os bilhões de outras galáxias observadas no chamado “Universo visível” a porção do Cosmos, acessível aos mais eficientes telescópios disponíveis, estão se deslocando a enormes velocidades sob efeito da expansão do Universo com volume crescente, mas massa “invariável” o que significa que a densidade de matéria diminui ao longo do tempo, um processo que, em última instância, pode levar à morte do Universo, conceito que, sob a realidade cotidiana, parece não ter sentido algum.
A questão, no entanto, é mais a inconsistência do que parece ser real e não a possibilidade do que possa ser a morte térmica do Universo, pela carência de formação estelar e a queda de densidade cósmica de matéria.
Observar o céu, quando o capote escuro da noite parece roto, perfurado de estrelas, é uma experiência fascinante em muitos sentidos, uma herança de ancestrais de quem não costumamos ter a mínima sensação de parentesco.
Mas, somos o aglomerado genético que veio dos corpos desses nossos antigos avós, herança que também sofre mudanças e transformações como o corpo incomensurável do Cosmos.

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