Por E.P. Cavalcante –
Vivemos hoje, no Brasil, no caos e na anarquia. As instituições são desrespeitadas e desmoralizadas por quem tem, ou tinha, o dever e obrigação de respeitá-las.
Ninguém, nenhuma autoridade pública, seja ministro, juiz ou Presidente da República pode, jamais, se comportar com falta de decoro. Com atitude popularesca e linguajar de botequim, pé sujo da esquina. O cargo exige postura e decoro!
E é a isto, a esta falta de decoro, que chamamos agora, de tolerância intolerável.
E isto, este comportamento, começou muito cedo, no governo atual, e em seus precedentes.
Os precedentes de desrespeito começaram logo depois das primeiras passeatas na Av. Paulista, em São Paulo. Uma revista semanal que nem o nome merece ser citado, passou do ataque à Presidenta Dilma à imoralidade absurda e à baixaria.
Quando aquela revista expõe a Presidenta em posição imoral, está cometendo um crime. Só que, em vez disto, a revista foi aplaudida pelos corifeus da tolerância intolerável.
E os jornalistas que procedem daquela forma esquecem que ali estão expondo também as suas mães, mulheres, filhas e todas as mulheres da sua família. Pois, no caso, o desrespeito, num efeito bumerangue, volta-se para quem o acionou.
E estão desmoralizando a nobre profissão de jornalistas. Não sou jornalista, portanto não estou defendendo o meu lado!
Quanto ao governo atual, não há limites. A tolerância intolerante virou escola. O desrespeito está na ponta da língua do chefe do governo e de sua filhocracia. Título muito bem empregado por Delfim Neto, em entrevista ao O Globo no domingo, dia 15 último.
Quando assumiu o governo em janeiro de 2019, num palavrório em uma cerimônia, na Marinha, afirmou que a democracia era, ou é, uma concessão das forças armadas. Disparate absurdo!
Um dos 0 à esquerda, seu filho deputado, declarou que, para fechar o STF, Supremo Tribunal Federal, não precisava mais do que um cabo e um soldado.
A sugestão de fechar o STF, feita pelo deputado filhocrata, não causou qualquer estranheza. Ficou o dito por não dito. Mas o STF foi fechado moralmente!
Por incompetência para exercer a atividade política e governar, o “chefe” do executivo propõe o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Tudo isto foi tolerado pelo presidente do Supremo e pelos seus ministros. Pelo Presidente de Câmara dos Deputados e pelo do Senado. Na prática da tolerância intolerável. E é isto, esta tolerância ilimitada e irresponsável que nos levou até onde estamos hoje!
Os ministros do STF, o Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente do Senado, estão na obrigação moral, no dever, de dar uma satisfação ao povo brasileiro! Povo brasileiro que paga os salários e mordomias de todos eles: deputados, senadores e ministros. Queremos dar um basta!
Relembrando: # Respeita Paquetá!
Gritamos um sonoro: # Respeitem o Brasil!
E. P. CAVALCANTE. Ilha de Paquetá, março de 2020.