E hoje, depois de uma noite insone, na tentativa de me conectar com a energia dele, acordei e resolvi fazer o seu retrato, um close focando exatamente naquilo que mais me intrigava: seu olhar.
Talvez, ele, lá dentro de seu subconsciente já pressentisse sua brevidade de vida nesse plano, e essa tristeza em partir tão cedo ficava involuntariamente impressa em seu olhar.
Lá no meio da minha insônia, só conseguia pensar que se tivéssemos recebido as 100 milhões de doses da vacina, em dezembro de 2020 como propunha o contrato com a Pfizer, Paulo Gustavo ainda estaria entre nós, com seu talento estonteante, seu humor, sua irreverência, sua coragem, sua luta contra o preconceito, e sua história de vida linda.
Se o genocida que decidiu pelas mortes e não pelas vidas, não tivesse cancelado a compra por pura vaidade e prepotência, Paulo Gustavo e mais pelo menos outras 200 mil vidas teriam sido salvas.
Deixo aqui minha homenagem, minha solidariedade com toda a sua família, e com as famílias de todos os brasileiros que perderam seus entes queridos para essa doença terrível, que se tornou ainda mais letal por ser sido tratada com negligência, e com o descaso.